terça-feira, março 30, 2004

Ainda o "esquecimento" das candidaturas à UEFA

Segundo o site Mais Futebol e no seguimento da notícia lançada ao início da tarde sobre o impedimento de Rio Ave ou Beira-Mar em disputarem a Taça UEFA, a FPF tem a seguinte leitura da situação:

"Só nove clubes da Superliga se candidataram ao licenciamento exigido pela UEFA para a participação nas competições europeias. F.C. Porto, Sporting, Benfica, Braga, Nacional, Boavista, Marítimo, Leiria e Belenenses candidataram-se ao licenciamento exigido e por isso só seis destas equipas podem marcar presença na Liga dos Campeões e na Taça UEFA na próxima época.

Manuel Quaresma, secretário-geral da Federação Portuguesa de Futebol, explica, em declarações à Maisfutebol Rádio, o porquê da mudança de regulamentos: «Isto tem a ver com a intenção da UEFA em querer uma igualdade desportiva e financeira para todos os clubes que participam nas suas competições. Ou seja, um clube pode ser chumbado também porque o campo não está em condições. Um clube que no passado conseguia o apuramento pela classificação no campeonato, agora não tem acesso às provas europeias se não forem licenciados não participam, aliás como já foi dito também pelos responsáveis da UEFA. Os clubes foram atempadamente informados das novas regras. Uns clubes atenderam e reconheceram que era importante estarem licenciados outros nem sequer responderam.»

Depois de um vasto processo preenchido, no qual tiveram que divulgar, entre outras coisas, a situação financeira e as infra-estruturas de que dispõem, F.C. Porto, Sporting, Benfica, Belenenses, Boavista, União Leiria, Marítimo, Nacional e Sporting de Braga aguardam agora pela resposta da F.P.F. às candidaturas apresentadas. A análise das candidaturas é feita por três órgãos de acompanhamento: órgão de gestão do licenciamento; o órgão de primeira instância e um órgão de recurso. O secretário-geral da F.P.F. esclarece que em caso de reprovação os candidatos podem sempre recorrer da decisão: «Os clubes podem não concordar com a decisão dos dois primeiros órgãos e podem recorrer para o órgão de recurso. Depois disso não há mais possibilidades de recurso.»

Rio Ave, Beira-Mar, Moreirense, Gil Vicente, Alverca, Académica, Vitória de Guimarães, Paços de Ferreira e Estrela Amadora foram os clubes que não apresentaram a candidatura ao licenciamento, logo ficaram excluídos de marcar presença nas competições europeias."

Ou seja, quer o Rio Ave, quer o Beira-Mar, se atingirem o 6º lugar, não poderão de forma alguma participar na UEFA na próxima época.

O que é engraçado é que nós costumamos "discutir" o amadorismo dos dirigentes belenenses, mas atentem bem nestas declarações de Carlos Costa, presidente do Rio Ave, também ao "Mais Futebol":

"Carlos Costa, presidente do Rio Ave, nem quer ouvir falar na possibilidade do clube de Vila do Conde não poder ir às competições europeias devido a um processo administrativo que, segundo defende, não faz qualquer sentido e é obsoleto. O dirigente diz que vai entregar os documentos exigidos pela UEFA, mesmo fora de prazo, e aguarda que o processo siga o seu caminho habitual, colocando a possibilidade de aceitar uma coima pelo atraso.

«Vamos entregar o dossier fora de prazo, depois a UEFA que decida se vai tomar alguma acção pecuniária ou seja o que for», contou o dirigente ao Maisfutebol. Carlos Costa reconhece que o clube, apesar de informado sobre as alterações dos regulamentos, não deu a devida importância ao assunto e deixou passar o prazo definido: 31 de Janeiro.

«Se calhar foi um processo a que não demos a devida importância porque, por um lado, discordámos dos critérios exigidos pela UEFA, e porque, se calhar, não estávamos à espera de estar na posição em que agora estamos. A federação que diga o que quiser, nós vamos esperar para ver», acrescentou.

O clube vai preencher os documentos necessários para ser candidato a um licenciamento da UEFA e fazê-los seguir para a FPF, mesmo tendo consciência de que não pode cumprir com todos os critérios que estão definidos pela UEFA. «O Rio Ave se calhar não cumpre alguns, mas como é que vão fazer com os clubes do Chipre, da Estónia e da Eslovénia? Estamos a transformar o futebol numa coisa selvagem. Os senhores que estão sentados atrás das secretárias, lá na UEFA, só pensam no Real Madrid, no Inter e nos grandes clubes. Mas como é que vão fazer com os casos, por exemplo, da Lazio e da Roma que estão na situação que toda a gente sabe?», perguntou o dirigente fazendo alusão à precária situação financeira dos clubes da capital romana.

Carlos Costa não espera nenhuma «situação de excepção» por parte da FPF, mas espera que haja algum bom-senso. «É que não são só critérios financeiros, também são critérios que estão relacionados com a actividade do clube e com a estrutura do clube. Vamos entregar os documentos quando tivermos de entregar e não esperamos nenhuma acção da federação», referiu ainda."

Parece que o presidente do Rio Ave é de más contas e ainda resmunga... como é que isto acabará? É impressão minha ou a FPF está a rezar para que ou o Boavista ou o Marítimo apanhem o Rio Ave?

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