terça-feira, julho 20, 2004

Belém Dominador (2ª parte)

Belém dominador num mundo sem grandes
Artigo de Miguel Amaro, publicado no jornal Record em 21 de Julho de 2003 

Anos 40 e 50
Dominio do Sul

As duas primeiras décadas do futebol portugês sem os três grandes teriam sido completamente dominados por clubes do sul. Aliás, por emblemas de Lisboa. Logo a abrir, o Belenenses seria tricampeão, com grande superioridade em relação ao rivais: Barreirense e Académica. Os azuis sofreriam apenas três derrotas em três épocas e numa delas (39/40) seriam campeões invictos.
O Barreirense seria o primeira a travar o apetite devorador dos do Restelo com a conquista do campeonato em 1941/42. Outras excepções nessa década foram o Atlético, com os seus únicos três troféus, e o Estoril, bicampeão entre 46 e 48.
Os anos 50 seriam um passeio para os azuis. Durante essa década, o "Belém" festejaria nove títulos em dez possíveis. A excepção aconteceria na temporada 53/54 com o Sp. Covilhã a conquistar o único titulo da história.
 
Anos 60 e 70
Décadas de mudança

Os anos 60 pareciam ser pintados de azul com os do Restelo a festejar mais dois títulos, intercalados por outro campeonato histórico (61/62) por ter sido o único no qual a CUF terminava em primeiro lugar. Mas surgem novas potências e a Liga passaria a ser mais animada e competitiva pela concorrência próxima entre vários clubes. Depois da CUF, o V. Guimarães, orientado por José Vale, conquista o seu primeiro título na época 63/64. No ano seguinte é o outro Vitória, o de Setúbal, a estrear-se no topo do pódio e, depois dos minhotos somarem segundo troféu, seria a vez de a Académica se sagrar campeã. O "velho capitão" Mário Wilson guiaria a Briosa a dois títulos seguidos. A fechar os anos 60 e a iniciar os 70, o V. Setúbal apareceria como grande dominador (tetracampeão eentre 68 e 72). Essa década permitiria também mais duas estreias em termos de conquistas de campeontaos. Primeiro, o Boavista, de Pedroto, "bi" entre 74 e 76, depois, o Sp. Braga, também com dois troféus seguidos, entre 77 e 79, primeiro comandado pelo argentino Imbelloni, depois por Fernando Caiado.


De 1980 até hoje
Os "novos grandes"

A partir de 1980, o futebol passaria a ser dominado pelo Boavista e V. Guimarães, representando o papel desempenhado anteriormente pelo Belenenses. Essa superioridade foi tal que, em 24 campeonatos, só 4 lhe escaparam.
O primeiro a conseguir incomodar os "novos grandes" seria o Portimonense, único clube capaz de coocar o Algarve no mapa dos campeões nacionais. Primeiro, em 82/83, comandados por Artur Jorge (no seu único título de campeão), cortariam a meta com um ponto de vantagem sobre o Rio Ave (a melhor época de sempre dos de Vila do Conde) e V. Guimarães. Dois anos depois, já orientados por Manuel josé, os de Portimão voltariam a aconquistar o título, desta vez com vantagem de dois pontos sobre o Boavista. Durante a década de 80 só mais duas excepções: o V. Setúbal, de Manuel Oliveira (83/84) e o Belenenses, de Marinho Peres (87/88). Depois de 1988, o troféu passa a ser exclusivo de Boavista e V. Guimarães, com particular destaque para os últimos cinco anos, período no qual os axadrezados, orientados por Jaime Pacheco, seriam tetracampeões e ultrapassariam os vitorianos, com 13 títulos contra 11.

(continua)

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