segunda-feira, agosto 30, 2004

Palavras que foram ditas - 17

Vasco e o Campeonato que Belém venceu

Vasco de Oliveira, uma das lendárias “Torres de Belém”, um defesa de aço e coração azul puríssimo, jogador de raça tanto ao serviço do Belenenses como da Selecção Nacional, é outra das figuras do nosso clube que não poderíamos deixar de evocar. E fazêmo-lo através das palavras de outro grande belenenses, Homero Serpa, retiradas do seu livro “Camisola Azul e Cruz ao Peito”:

“Toda a gente se lembra de Vasco, o jogador temperamental e categorizado, que sentia (Vasco ainda sente o seu Belenenses) a camisola como poucos.

Vimo-lo a jogar no seu posto e, também, a avançado centro. Grandes jogos fez o Vasco, grandes injustiças se fizeram ao julgá-lo, grandes confusões se estabeleceram sobre a sua forma característica de discutir os lances.

Quem não se lembra do Vasco, famosa ‘Torre de Belém’? Quem não se lembra da sua arrancada pela linha lateral do lado da bancada do campo do Elvas, quando, na época de 1945/46, o Belenenses ali jogou um desafio decisivo, que lhe deu a vitória no Campeonato Nacional? Havia 0-1 e sofrimento à volta do rectângulo, onde MUITOS MILHARES DE BELENENSES viviam o grande drama. Poucos minutos faltavam para terminar o encontro. A derrota, mesmo o empate, seria o ruir de todas as esperanças. Vasco, inconformado, irresistível, arrancou campo fora, bola colada aos pés. Ia, numa doidice, dentes cerrados, suor a encharcar-lhe a camisola, até que um adversário teve que o derrubar. Da falta saiu o lance do golo do empate. E pouco tempo decorrido, Rafael, outra grande figura do futebol belenenses, infelizmente desaparecido do número dos vivos em condições trágicas, marcava o golo do triunfo”.

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