segunda-feira, outubro 18, 2004

Grande Belém!

Ontem o Belenenses deu mais uma prova cabal da grande diferença que opõe a equipa deste ano à do ano passado: é uma equipa. É uma equipa capaz de jogar, de lutar contra as adversidades e de nunca desistir. É uma equipa, também, capaz de encantar.

Num jogo complicado, em que o Penafiel veio defender o 0-0 e explorar o contra-ataque, com um meio-campo super-povoado, o Belenenses teve dificuldade em explanar o seu futebol, apesar de ser claramente a melhor equipa. O Penafiel ia incomodando pelo nosso lado esquerdo (por onde haveria de ser?), mas o Belenenses já havia criado algumas oportunidades e o jogo parecia complicado, mas com solução à vista.

Surge o golo do Penafiel (temos de admitir que fomos beneficiados pelo árbitro, o Marco Aurélio deveria ter sido expulso. Pena que não haja justiça no futebol, sempre. Assim sendo, ontem o MA teria sido expulso. Temos de ser coerentes.) e um período de algumas dificuldades, até pela intensificação do jogo defensivo dos durienses. No final da primeira parte, surge um penalty a nosso favor que Lourenço, que tão bem os tem cobrado, hesitou e permitiu a defesa de Nuno Santos com um remate fraco. No entanto, o guarda-redes penafidelense defende a bola já à entrada da pequena área, pelo que o árbitro correctamente ordenou a reexecução do castigo. Na 2ª tentativa, o mesmo Lourenço chutou na relva e de raspão na bola, que saíu muito devagar e ao lado da baliza.

Surgia o intervalo com um sentimento de frustração nas bancadas, e temia-se pela 2ª parte. Seria que a equipa era capaz de aguentar aquele revés?

1ª jogada, passe em profundidade de Rodolfo Lima, mas impreciso, com o central do Penafiel a dar uma fífia de todo o tamanho e Antchouet oportuníssimo a aproveitar. Era o 1-1 e o Belenenses com uma alma nova. Alguns minutos volvidos, mais um golo de cabeça de Rolando, cada vez mais um grande valor ao invés de uma promessa. Seguiu-se a expulsão de Mariano e Antchouet (que provocou a expulsão) ainda marcou um e forçou Nuno Silva a fazer um auto-golo. E outros golos ficaram por marcar.

Nota de destaque para as exibições de Antchouet (pode ser trapalhão, mas já leva 4 golos e só ontem foram 2 golos, "sacou" um penalty e provocou uma expulsão), Rolando (forma com Pélé uma dupla fantástica e marca golos), Andersson (está sempre lá, não tem técnica mas não falha um passe nem perde uma bola, imprescindível) e Tuck (entrou a meio da segunda parte e deu uma lição de futebol. Já não é o Tuck que foi e que merecia uma carreira brilhante, porque sejamos sinceros, o talento de Tuck apareceu aos 28 anos na 2ª divisão, enquanto andou nos galos havia quem lhe chamasse "caçeteiro". A sua visão de jogo e simplicidade de processos é demolidora.

Concluíndo, mais uma vez o Belenenses mostra ter capacidade para inverter resultados e lutar contra as adversidades, e cada vez mais se torna claro que somos uma equipa. Assim vale a pena ir ao futebol, apesar de, volto a frisar, o Penafiel ter todo o direito a queixa-se da arbitragem.

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