quinta-feira, novembro 11, 2004

Brasília: o que se fez

O episódio ocorrido com Brasília já fez correr tinta na imprensa e nos blogs. Por manifesta indisponibilidade, e também porque achei importante clarificar ideias, abstive-me de comentários a quente.

Agora, passados dois dias, e conhecendo melhor os pormenores que levaram a tal situação, devo dizer claramente que não me oponho à decisão da SAD. O mesmo não significa que concorde com ela, por achar que outras vias haveria para resolver a situação de forma mais conveniente para o nosso clube.

Compreendo que a situação que se passou entre Brasília e Carvalhal foi indigna, ao que tudo indica de parte a parte. No entanto, todos sabemos como é o mundo do futebol e o vernáculo correntemente utilizado, pelo que o episódio poderia ter outra solução.

Na minha opinião, a rescisão pura e simples do contrato é prejudicial para o Belenenses, na medida em que investiu num jogador, deu-lhe visibilidade, e agora pura e simplesmente deixa o jogador livre sem ganhar nada em troca, para além da aparente estabilidade na equipa.

Brasília já jogou na Alemanha e na Polónia (tendo feito carreira em pelo menos 2 clubes deste país), pelo que não me parece que fosse complicado em Janeiro colocá-lo num destes países, por empréstimo, mantendo assim a ligação com o jogador, e podendo retirar dividendos futuros. Por outro lado, devo dizer que encararia com optimismo o empréstimo a outro clube da Superliga, dada a situação. Facilmente, pelo valor que tem, se imporia e, quem sabe, não poderíamos daí retirar um negócio proveitoso?

Mas, reafirmo, compreendo a tomada de posição da SAD e acho que foi uma via de resolução do problema perfeitamente coerente e racional. Até se pode agora criticar, pensando no episódio entre Rochembach e Peseiro e sua resolução. Mas temos de considerar vários factores, entre os quais a preponderância do brasileiro no Sporting, a posição frágil do treinador leonino e o valor de mercado do jogador, obviamente superior ao de Brasília. Aí sim, uma situação destas seria suicídio. Mas também afirmo claramente que não admitia que com uma situação daquelas, tornada pública, o jogador voltasse aos trabalhos. Rapidamente se arranjaria um clube europeu onde fosse emprestado. Mas aí temos o problema dele, na realidade, estar emprestado ao Sporting... grande confusão.

Concluíndo, gostaria de enaltecer a atitude das 3 partes neste conflito: o jogador, o treinador e os dirigentes. O jogador porque teve declarações respeitosas para com todos os envolvidos e assumiu a sua quota parte de culpas ; o treinador porque se absteve de comentar ; e os dirigentes porque tomaram uma decisão célere e que defendeu os interesses do clube.

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