sábado, dezembro 04, 2004

Mais do mesmo, Mister?

Mais uma derrota fora de casa e o Belenenses a entrar na zona perigosa da classificação, é o resultado de mais um jogo repleto de equívocos de Carvalhal e de falta de vontade de muitos jogadores. O tal futebol que o nosso treinador não se cansa de apregoar funcionou durante 2 ou 3 jogos, a partir daí os adversários aprenderam a neutralizá-lo e temos vindo a estar cada vez pior, tendo o jogo de hoje roçado as típicas exibições da época passada.

No entanto, Carvalhal tem vindo, semana após semana, desastre após desastre, a falar de um futebol bonito e de ataque que ninguém vê, para além dele mesmo e da Comunicação Social, que tanto gosta da sua figura. Eu fui um acérrimo defensor da contratação de Carvalhal e continuo a achar que é um óptimo treinador. Mas tem de ser "controlado" por quem está acima dele na hierarquia, pois quer-me parecer que ele está a transformar o Belenenses no seu laboratório privado, onde vai fazendo experiências a seu bel-prazer e tudo está bem, independentemente do que aconteça. Para o poder fazer, faz-se valer da conivência da Comunicação Social que tem uma inacreditável incapacidade de criticar os seus erros, vá-se lá saber porquê.

Há quantos jogos ando eu a ouvir os comentadores da SporTv a dizerem: "Hoje o Belenenses está com muita dificuldade para impor o seu jogo, mas temos de dar mérito ao adversário"? Semana após semana... meus senhores, não foi neste ou naquele jogo, é SEMPRE! É uma incapacidade gritante, uma falta de ambição e vontade cada vez maiores! Parece-me que talvez fizesse bem a alguns jogadores deixarem de receber o ordenado certinho e a tempo e horas.

Há um onze base da nossa equipa? Uma táctica? Tirando o Marco Aurélio, o Antchouet (que tem vindo a salvar-nos a pele) o Pelé e o José Pedro (infelizmente), não há uma espinha dorsal: do lado direito Amaral parece claríssimo, mas hoje invnentou-se com Cabral e em Aveiro com Rolando, numa bonita asneirada corrigida na 2ª parte ; na esquerda, passaram Cristiano (Deus nos livre), Cabral (tem estado certo), Gonçalo Brandão (faz o lugar) e Eliseu (puro desperdício não lhe dar uma oportunidade na extrema esquerda ou mesmo na frente de ataque, ceifando o seu jogo que de defesa-esquerdo só mesmo para "desenrascar") ; no meio, para além das apostas óbvias Pelé e Rolando, entrou Wilson em Aveiro, onde passou 60 minutos tremidíssimos ; no meio-campo defensivo temos um excelente médio-centro perdido entre os adversários, incapaz de sozinho defender a preceito e de lançar o ataque ; depois, mais à frente, já jogaram Marco Paulo (começo a ter saudades dele, mesmo lento e a não acertar um passe, pelo menos atrapalha e tem "coração" para defender), Tuck (uns minutinhos para ajudar a defender, e tem-se saído bem, gostava de o ver mais tempo em campo), Ruben Amorim (um "puto" com jeito mas que cada vez mais anda perdido na equipa, não defendendo nem atacando), José Pedro (começa a tornar-se candidato ao "cancro da equipa do ano", pela sua lentidão, passes falhados, bolas perdidas e falta de vontade, e contra mim falo, pois sempre pensei que houvesse ali grande jogador. Razão tinha Pacheco...), Brasília (era demasiado bom, teve de ser despedido), Neca (hoje, por exemplo, dos menos maus, e que me parece com vontade, apesar das más exibições), Amaral (asneira, nas duas vezes que jogou a meio-campo perdemos e nem se viu) e Juninho Petrolina (claramente o único jogador capaz de desequilibrar a construír jogo, mas que sozinho pouco pode fazer) ; no ataque, Antchouet insiste em marcar golos e em criar oportunidades que depois falha (mas que mais ninguém criaria), portanto tem de ser titular, enquanto Rodolfo Lima tem altos (mais médios que altos) e baixos e Lourenço tem sido visita assídua do posto médico. Jogou ainda o miúdo Jorge Tavares, que mostrou querer e marcou um golo e ofereceu outro em Coimbra em apenas 20 minutos.

Não sou treinador nem tenho nenhum curso de educação física (agora parece que é quase obrigatório ter o curso para os pôr a jogar à bola e, também, para podermos se o Prof. qualquer coisa). Mas vejo futebol há uns anitos, já joguei, e para mim uma equipa tem de ter um trinco (e o Andersson não é trinco nem aqui nem na China) e, para jogar só com um avançado, precisa de extremos e que o avançado seja um "encostador". Aliás, preferêncialmente, para mim deve-se jogar com 2 avançados, um móvel e um fixo (tenho a clara convicção que o Antchouet e Ceará davam uma dupla magnífica, basta lembrar a dupla Detinho/Antchouet) e aí sim, é possível não jogar com extremos abertos. Mas quem sou eu para me por a divagar com estas considerações? Há quem ache que podemos jogar com 5 médios-centro e um avançado móvel...

Vem aí o Benfica e depois vamos ao Nacional... está bonito. Ou há uma mudança de mentalidade no Belenenses, ou então esta será mais uma época negra. Porque parece-me claro que se está a tornar em mais uma das habituais épocas adiadas...

É tudo o que posso dizer sobre o jogo de hoje, porque é impossível escrever sobre uma equipa que não esteve em campo e que assim nunca estará. Mister, temos de mudar qualquer coisinha, não lhe parece?

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