domingo, janeiro 30, 2005

Adversário complicado

O nosso adversário desta tarde é, na minha opinião, das melhores equipas da Superliga. E não é só desta temporada, ou da temporada passada, nem tem a haver com este ou aquele jogador. Com Carlos Brito ao leme, o Rio Ave é sempre uma equipa que, sustentada num orçamento "simpático", tenta praticar futebol, tentando defender bem e atacar também com preceito.

Já lá vão uns anos, e o Rio Ave acabava a 1ª volta da temporada em último lugar, distanciadíssimo, com uma equipa absolutamente estranha. Lembro-me de ver jogos do Rio Ave e não perceber que sentido tinha aquela equipa. Até que surgiu no comando da equipa um senhor chamado Carlos Brito, com a 4ª classe e que na altura era o treinador mais barato da 1ª Divisão, ganhando 150 contos.

Carlos Brito pegou no plantel e fez uma equipa deliciosa, polvilhada com o perfume africano de Quinzinho e Sob Evariste Dibo (que na 1ª volta do campeonato jogava a trinco!!!) e que fez uma 2ª volta fantástica, fugindo à despromoção. Nunca vi Carlos Brito, que tem conseguido boas performances, colocar-se em "bicos dos pés". Também, verdade seja dita, é um treinador com muito pouca atenção da imprensa, talvez por isso mesmo, por não se tentar mostrar e saber que a melhor demonstração que pode dar é o trabalho que a sua equipa mostra.

Este ano, na 2ª jornada do campeonato, assistimos a um óptimo jogo no Estádio dos Arcos, em que o Belenenses recuperou de 3-0 para 3-3. Houve, indiscutivelmente, mérito do Belenenses. Mas também houve "culpa" de Carlos Brito (ele próprio admitiu), que nunca se limitou a gerir a vantagem ou, quando as coisas se começaram a complicar, defendê-la. Ele viu que da forma sôfrega como o Belenenses se lançou no ataque, as probabilides ditavam uma goleada histórica para os homens de Vila do Conde, pelo que não se coibiu de apostar na mesma "fórmula" até ao fim, só se podendo queixar da perdularidade dos seus avançados e de um grande guarda-redes que defende a baliza azul.

Hoje teremos um teste complicado pela frente, contra uma equipa que perdeu somente 2 jogos esta temporada. Ganhando, ficamos com 25 pontos e com uma posição confortável na tabela classificativa. Outro resultado que não a vitória, apesar de não ter repercussões nefastas em termos classificativos, levar-nos-à a perder a "injecção de moral" que os últimos jogos parecem ter dado.

Espero um Belenenses de suor e categoria. Rui Ferreira em "cima" de Ricardo Nascimento", os laterais e centrais atentos às diagonais dos avançados (o maior perigo do ataque vilacondense) e o ataque azul a explorar as diagonais (a fraqueza dos centrais do Rio Ave) e os laterais, ofensivamente interessantes, mas pouco consistentes na defesa.

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