sábado, janeiro 22, 2005

Sobre Pedroto e a sua saída do Belenenses

Há alguns dias surgiram dúvidas, logo dissipadas por quem domina a matéria histórica do Clube de Futebol "Os Belenenses", sobre a transferência de Pedroto para o Futebol Clube do Porto, no início dos anos 50. Apesar dos esclarecimento então prestados, o Blog do Belenenses resolveu publicar hoje um texto do Jornal "A BOLA", o qual trata precisamente esta questão. Se está escrito com exactidão ou não... confessamos a nossa ignorância. O texto é o seguinte:

«Loucura» portista para ter Pedroto

José Maria Pedroto foi uma das figuras ilustres do futebol português. Começou a jogar no Leixões, a tropa levou-o a Vila Real de Santo António. Ao abrigo da lei militar, representou o Lusitano, nessa altura com uma equipa interessante. De tal modo que ao bater, surpreendentemente o Sporting com o Campeonato em fase decisiva, acabou por entregar, em bandeja de prata, o título ao Benfica. Foi de Pedroto o primeiro golo, batendo Azevedo com um tiro de 30 metros, que considerou, pela vida fora, um dos seus golos mais arrebatantes. Por isso recebeu 100 escudos. Era, aliás, o que arrecadava sempre que o Lusitan o ganhava. Se empatasse, embolsava 60; se perdesse, 20. E mais nada... O golo a Azevedo retocou-lhe a aura. O Belenenses lançou-lhe o canto de sereia, como o Sporting lançaria a Caldeira. Os dirigentes do clube da «Cruz de Cristo» ofereceram-lhe 25 contos de luvas e mais 25 deram ao Lusitano. Consumou-se a transferência.



Já depois do acordo selado, um director do F. C. Porto colocou-lhe nas mãos um cheque de 80 contos. Bastaria apenas dar o dito por não dito ao Belenenses. Mas não quis voltar com a palavra atrás e para as Salésias partiu. Reinsistiram os portistas, no final de 1952. Como se sentia bem, disse aos emissários que correram a aliciá-lo que só se mudaria se lhe dessem a astronómica verba de 150 contos. Estava empregado na Hidro-Eléctrica do Zêzere, muito bem pago para empregado de escritório, o Belenenses também não pagava mal, por isso... Os dirigentes do F. C. Porto correram às Salésias, oferecendo 500 contos. Embasbacaram os outros. E assim se fez a transferência-record do futebol português. Para o Belenenses, 335 contos; para Pedroto, mais que os 150 que ele exigira.

em "A BOLA"

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