quarta-feira, maio 25, 2005

Rugby: Belenenses, 12 - Direito, 19

Rui Vasco



A época do Rugby de XV (competições nacionais de clubes) terminou com o jogo desta noite, entre o Belenenses e o GD Direito, vencida pela equipa dos "advogados" por 12-19. O jogo esteve, como já referimos anteriormente, envolto em polémica desde o momento da sua marcação... e para mal da modalidade, a tensão prolongou-se pelos 80 minutos da partida, que terminaram com cenas lamentáveis protagonizadas pelo árbitro principal da partida, Manuel Barros...

Belenenses e Direito haviam disputado as 1/2 finais na passada 6ª feira (o Belenenses recebeu o CDUP e a Agronomia deslocou-se a Monsanto), muito por força da incompreensível marcação da Final da prova para a 4ª feira seguinte. Ambas as formações dispunham assim de poucos dias para recuperar do esforço e, sobretudo, pouco tempo para recuperar atletas lesionados, o que acabou por afectar sobretudo a nossa equipa.

A FPR foi todavia completamente insensível perante esta evidência, e colocando o interesse da selecção à frente da dignidade da prova e dos próprios interesses dos clubes, protagonizou um processo trapalhão e digno de registo (pela negativa): primeiro designou o Estádio Universitário de Lisboa como local de disputa da Final, e mais tarde alterou o jogo para o relvado A do Jamor, local desagradável e completamente isolado, fustigado por ventos muito fortes e com fraca iluminação artificial; a FPR foi também completamente infeliz na marcação do encontro para as 20:45h, hora coincidente com a transmissão da final da Liga dos Campeões de futebol, e que terá afastado do Jamor potenciais interessados pelo Rugby ou simplesmente pelos emblemas envolvidos.

Têm razão aqueles que afirmam que, não obstante avanços organizativos - com reflexo evidente ao nível das selecções -, a FPR se mantém pouco apostada na divulgação da modalidade e sobretudo na valorização das competições de clubes. O Rugby continua a ser uma modalidade dos praticantes, antigos praticantes e familiares dos praticantes... com muito pouco espaço para o povo que o poderá fazer crescer, como acontece por exemplo em França.

As equipas entraram em campo às 20:15h para aquecer, deparando-se com bancadas despidas de público. A luz natural desaparecia lentamente, e a iluminação artificial tardava em fazer efeito. Só a meio da 1ª parte as bancadas ficaram compostas, estando presentes 500 a 600 pessoas, afectas a ambos os emblemas.

Pouco depois do apito inicial, o Direito adiantava-se no marcador, na sequência do aproveitamento de uma penalidade em zona muito próxima dos postes. Os "advogados" empurravam nesta altura o Belém para o seu meio-terreno, situação que se foi invertendo ao longo dos 40 minutos iniciais. campo parecia todavia inclinado, com o árbitro principal, mas sobretudo os "bandeirinhas" a deixar passar alguns "adiantados" escândalosos.

Já na 2ª parte, e depois do Direito ter conseguido um ensaio não convertido, o Belenenses mostrou grande espírito de equipa e conseguiu dar à volta ao marcador, muito por força da marcação de pontapés aos postes e de um drop muito bonito, que levantou a bancada azul!.. A nossa equipa, desfalcada por força de lesões e castigos, fazia acreditar os muitos adeptos do Belém, presentes no Jamor.

A segunda parte foi aliás muitíssimo disputada, com ambas as equipas a procurar inverter resultados negativos e fugir no resultado. E foi nesta fase que Manuel Barros sobressaiu, como protagonista da partida. Assim, após uma sucessão de más decisões contestadas pela bancada, o árbitro voltou as costas ao jogo, oferecendo primeiro o apito aos adeptos que o questionavam. O juiz chegou mesmo a entrar em diálogo com pessoas afectas ao Belém, num espectáculo pouco próprio de uma final... e responsável pela perda de vários minutos de jogo!

O jogo estava estragado, e de certa forma as equipas perceberam-no. O Belém estava impedido de atacar - os avanços azuís eram travados pelo apito de Manuel Barros - e acabou por ser o Direito a fugir no marcador, com um ensaio não convertido, fixando o resultado em 12-19.

Após o apito final, Manuel Barros voltou a dirigir-se às bancadas, completamente fora de si... nova troca de "galhardetes", com o árbitro a demonstrar fraca capacidade de encaixe, qualidade que se exige a quem tem funções de "juiz", neste contexto.

A Taça acabou por ser entregue aos jogadores do Direito, que assim comemoraram uma dobradinha que esteve por um fio. Os nossos jogadores fizeram um bom jogo (atendendo às importantes ausências na equipa) e mostraram que, apesar de um mau início de Final 4, o Belenenses tem equipa para mais do que o 3º lugar registado no campeonato nacional.

Venham as férias e... um ano 2005/2006 cheio das vitórias que, por motivos vários, nos escaparam esta temporada!

Sem comentários: