quinta-feira, junho 30, 2005

Antchouet no filme errado

Luciano Rodrigues

Só pode, de facto, estar no filme errado. Para já, é protagonista de um filme deprimente cujo argumento assenta em quão baixo pode ir a honra e gratidão dos homens, capazes de atirar todo e qualquer valor pessoal para trás das costas, bastando para tal acenar-lhe com um molho de notas. O papel de melhor actor secundário, aquele que passa mais despercebido mas tem tanta ou mais importância na acção que o protagonista, vai inteirinho para o “Antchouet Frére”, esse personagem enigmático, que vive na sombra e se alimenta da “carne” do irmão. Há ainda, como sempre, uma actriz que é seduzida pelo protagonista (neste caso, sinceramente, a actriz é um bocadinho para o “fraquita” e o protagonista, mais que seduzi-la, quase a quer violar… enfim), que é neste filme o Metz. Para acabar esta película há ainda aquela eterna personagem defensora dos fracos e oprimidos, neste caso a imprensa, que não se cansa de mostrar a vontade do homem em “dar o salto”… para a Bélgica ou, loucura das loucuras, para o Qatar.

Resumindo, um filme com péssimos actores, com uma história que se arrasta no tempo e que ainda ninguém percebeu se é um drama, se é uma comédia. Cá esperamos as cenas do próximo capítulo…

Belenenses no Mundo



Nuno Sequeira
Junho de 2005
Estalagem "A Coutada"
Areia Branca

quarta-feira, junho 29, 2005

Perdoa-lhe Pacheco!

Luciano Rodrigues

Neca, após 17 anos no Restelo foi para o Guimarães, tendo hoje concedido a “O Jogo” uma entrevista, onde fala do seu passado, do presente e do futuro. Sinceramente, apesar de algumas palavras que poderia não ter dito relativamente ao Belenenses, é uma entrevista que não me choca minimamente. Primeiro, porque já não é um dos nossos. Segundo, porque me parece que ele trata claramente pior o Guimarães do que a nós. E há ali “coisas” que devem estar a deixar o Jaime Pacheco… preocupado com a atitude do reforço.

continua...

Em relação ao Belenenses, Neca foi educado e deixou bem claro que tem o clube no coração. Mais não seria de esperar, claro está! Deixa-me preocupado é a afirmação de que pretende acabar a carreira no Restelo… será que Neca considera o Belenenses um lar para jogadores na pré-reforma e já se “está a fazer” ao lugar? É que se aos vinte e poucos anos, apesar de todas as qualidades que tem, Neca tem sérios problemas de entrega ao jogo, nem quero imaginar quando chegar aos “trintas”. Portanto Neca, o pessoal gosta de ti, mas não te preocupes muito em voltar. Já no que diz respeito a dizer que o Guimarães é um clube com outros objectivos, aí nada posso apontar. Infelizmente é verdade! Há muitos anos que o Guimarães, pese embora épocas menos conseguidas, é um crónico candidato aos lugares europeus. Nós não, e não podemos colocar umas palas nos olhos e não o admitir. Pretende-se agora começar a fazer um Belenenses com vontade de atingir esse patamar, e portanto esta afirmação do Neca não demonstra falta de respeito pelo Belenenses, mas sim lucidez.

Já os adeptos do Guimarães, provavelmente, estarão um “bocadinho” mais chateados que nós. Neca afirmar peremptoriamente que não pretende cumprir o contrato até ao final e que o Guimarães é, para ele, uma ponte para voos mais altos… até parece discurso de emprestado pelos 3 estarolas, fazendo-me lembrar alguém que o ano passado dizia que em Dezembro queria voltar para o Benfica… hoje está no Gil Vicente!

E depois tem uma afirmação que me parece deliciosa e que, parece-me, deve ter deixado o Jaime Pacheco com os nervos em franja! Sabendo de antemão que para Jaime Pacheco o futebol é acima de tudo entrega, Neca assume-se claramente como um jogador que se entrega pouco à luta e diz que tem de haver espaço para ele na equipa. Neca, com essa atitude e o Jaime Pacheco como treinador, nem lugar há para ti no banco, quanto mais na equipa!

Enfim, esta separação foi claramente benéfica para as duas partes: para nós, porque Neca era um jogador bem pago e, talvez pela próprio saturação e nível de exigência de quem estava há 17 anos no clube, nunca conseguiu potenciar todas as suas capacidades ; para o Neca, porque nota-se claramente que ele vê nesta ida para Guimarães um ponto de viragem na sua carreira e nota-se um discurso claramente ambicioso que nunca teve no Restelo. Espero que tenha sorte e que já esta época fique no 2º lugar do campeonato. Atrás do Belenenses.

terça-feira, junho 28, 2005

Análise individual da temporada de futsal

Tiago Louro

Para quem não acompanhou a carreira destes magníficos jogadores, deixo aqui um breve resumo sobre a época de cada um deles:

continua...

2 – Marco Reis: Um jogador que foi muito fustigado por lesões ao longo do campeonato, tenho a destacar a sua exibição em Setúbal, onde foi fundamental para a reviravolta no marcador. Outro momento marcante da época foi a expulsão na final four da taça de Portugal onde para não sofrermos mais golos, hipotecou a sua presença nos jogos de apuramento de campeão frente ao Braga. Continua vestido de azul do Restelo na 1ª Divisão.

3 – Pedro Serra: Um jovem jogador que foi ganhando o seu espaço na equipa. Fez um final de época em muito bom nível. Ainda não está definida a sua continuidade para próxima temporada.

4 – Nuno Monteiro: Que dizer do nosso pequeno grande jogador? Para mim foi o elemento mais regular ao longo do campeonato, marcou 18 golos sendo o 2º melhor marcador da equipa. É um jogador que já vem desde a 3ª divisão com as nossas cores e por cá vai continuar.

5 – Bruno Fortes “Pacheco”: Depois de ter feito uma época brilhante na 3ª divisão, defraudou as expectativas criadas para esta temporada, tendo apenas aparecido a espaços na equipa, tendo mesmo assim marcado alguns golos importantes. Não continua no plantel.

6 – Nuno Coelho: É apenas e só, o jogador com mais títulos conquistados em Portugal e isso diz tudo sobre a sua qualidade. Acho que teve um princípio de época extraordinário, tendo decaído de produção na 2ª metade do campeonato. Infelizmente não vai continuar com as nossas cores.

7 – Nuno Neves: O nosso Capitão. Tenho de destacar dois jogos dele. Na Cova da Piedade onde marcou o golo do empate a DOIS segundos do fim e o jogão contra o Olivais, onde a sua serenidade e experiência foram fundamentais para a nossa vitória. Ainda não está decidida a sua continuidade no Belenenses.

8 – Nuno Serra “Serrinha”: É o nosso matador, o grande Serrinha, autor de 26 golos durante a época, foi apenas o melhor marcador da equipa. Um jogador com uma potência de remate que faz corar de inveja o Roberto Carlos. E está tudo dito! Vai continuar a marcar golos na 1ª divisão de cruz de Cristo ao peito.

9 – Carlos Reis: Já foi apelidado de galáctico e essa alcunha assenta-lhe que nem uma luva. Ninguém tem a raça deste Homem. Quando é preciso resolver, o Reis resolve. Para o ano vai continuar a resolver no Restelo.

10 – Paulo Castelinho: Um jogador com imensa classe, dá gosto vê-lo jogar, fez uma época muito positiva, embora tenha estado parado durante alguns jogos devido a lesão. Vou aqui destacar o jogo em Braga e deixar-lhe um recado: Castelinho conseguiste mesmo irritar os bracarenses... Continuará a encantar o pavilhão Acácio Rosa.

11 – Miguel Richart: Que prazer me dá ver este rapaz a jogar. Com a bola colada no pé faz fintas que parecem impossíveis. Qual Cristiano Ronaldo qual quê, a fintar não há ninguém melhor que o nosso Miguel Richart. Fez uma época muito regular e está pronto a explodir na 1ª divisão com a nossa camisola.

12 – Carlo Cardoso: Um Super-Homem na baliza. Este rapaz defendeu o possível e o impossível. Sofreu uma expulsão muito injusta em Vila Verde que não vale a pena relembrar. Fez uma exibição magnífica no épico jogo contra o Olivais para a taça onde foi um gigante na altura dos penalties. Para o ano continuaremos a contar com ele para manter a baliza inviolável.

13 – Luís Vilar: Entrou apenas em Janeiro, mas cedo se destacou com a sua entrega e dedicação ao clube. Tem imensa margem de progressão e queremos continuar a ouvir o seu grito de guerra: YEAH!

14 – Jorginho: Apenas quero destacar o profissionalismo deste Homem, porque mesmo tendo jogado pouco sempre correspondeu quando foi preciso. Infelizmente não fica no plantel.

15 – Paulo Jesus: Um baluarte na nossa defesa, muita experiência e lucidez com a bola nos pés. Fez uma época ao mais alto nível onde com os seus remates de longe conseguiu surpreender muitos guarda-redes. Infelizmente também não fica no plantel.

16 – Filipe Bernardino: Se o Carlo foi um Super-Homem, o Filipe foi o Homem-Aranha. Tomara todos os plantéis terem dois guarda-redes de idêntica qualidade. Na minha memória fica o jogo em Setúbal onde a poucos segundos do fim defendeu um livre directo e garantiu a vitória. Ainda bem que vai continuar numa “luta” saudável pela titularidade na próxima época.

Amigos do Gaspar

Luciano Rodrigues

Após um longo período sem contratações por parte do Belenenses (2 semanas, andamos mal habituados), é hoje oficial uma contratação que se adivinhava há já muito tempo: Gaspar, jogador português que esteve ao serviço do Ajaccio, da 1ª Divisão Francesa. Central duro e com um forte jogo aéreo, Gaspar é um central muito experiente e com uma personalidade muito forte em campo. Apesar desta contratação ter levantado algumas questões entre os adeptos Belenenses, com algumas vozes a manifestarem-se contra, agora que Gaspar é finalmente nosso, chegou a hora de sermos todos "Amigos do Gaspar"!

continua...

Gaspar mostrou-se no futebol português há exactamente 10 anos, numa equipa do Tirsense que fez uma grande época. Juntamente com Paredão (mais tarde, e com grande sucesso em Inglaterra, Emerson Thomé), fizeram uma dupla de centrais que causou sensação, não tendo sido de estranhar a sua contratação pelo Porto e presença nas selecções nacionais. Passou na temporada seguinte pelo Vitória de Setúbal, onde fez uma boa época que lhe abriu as portas de regresso ao Porto, onde na altura Aloísio e Jorge Costa ainda davam cartas, tendo tido poucas oportunidades. Seguiu-se um empréstimo ao Leça (na altura quase satélite do Porto) e posteriormente andou por Alverca e Leça, até chegar ao Gil Vicente onde estabilizou 2 anos, em que se mostrou a bom nível. Surgiu então o convite tentador do Ajaccio, ao que se disse com muito boas condições financeiras e onde, apesar de não ter feito uma temporada de encher o olho, participou em 22 jogos.

Termina assim o "episódio central" (ou talvez não... eu diria que não) e falta apenas o "episódio defesa esquerdo", que me dá a sensação que já está resolvido. Têm sido falados muitos nomes, a ver vamos quem acertou.

segunda-feira, junho 27, 2005

Belenenses no mundo



O grande Luis Lacerda, o nosso amigo da Transilvânia e autor do blog Ser Belenenses, no autódromo de Hungaroring... bem acompanhado!

Notas finas da época 2004/05: Classificação

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O objectivo proposto pela SAD no inicio da época foi o 10º lugar. Ao terminar na 9º posição, pode-se dizer que os objectivos foram cumpridos, mas soube muito a pouco aos adeptos.

domingo, junho 26, 2005

Antchouet e Meyong

Luciano Rodrigues

Duas notícias díspares sobre jogadores do Belenenses saíram hoje à estampa na imprensa desportiva nacional. Por um lado, é referido que há clubes turcos interessados no Meyong e que já fizeram (ou poderão vir a fazer) propostas para adquirir o seu passe. Isto vem corroborar a minha teoria de que o Meyong terá sido, porvantura, a aquisição com mais sentido de mercado que o Belenenses fez nos últimos anos. E para o ano, com o Mundial, e na esperança que os Camarões estejam presentes, o Meyong valerá muito, mas mesmo muito dinheiro.

Por outro lado, Antchouet continua a ser notícia, mas agora já não é por estar no Metz. A notícia é, precisamente, a desistência do Metz, que percebeu que ia ter de pagar para o contratar, ainda por cima com ele lesionado. Ou seja, começa a afigurar-se a hipótese de Antchouet ter de ser reintegrado no plantel, sujeitando-se a um processo disciplinar. Isto porque "ninguém lhe pega"... é preciso ser muito burro! Bom, se assim for e ninguém lhe pegar mesmo, qual será a solução para esta situação? Não seria interessante (se é que ainda não está a ser feito) o Belenenses tomar uma atitude mais pro-activa e procurar empandeirar o pasteleiro? Se o mercado francês não o quer, que tal tentarmos o mercado inglês (grande potencial financeiro mesmo nas divisões secundárias) ou os mercados asiáticos (Japão e Coreia), ávidos por internacionais deste lado do globo e que ficariam maravilhados com um DVD bem feito sobre o Antchouet?

Resumindo, o que é para ficar tem propostas para saír, o que é para saír não tem propostas. Será que os turcos não querem o Antchouet???



(substituir pela parte que so aparece na segunda pagina)

Notas finas da época 2004/05: Disciplina

Luis Vieira

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O Belenenses disputou na época 2004/05 37 jogos oficiais em 2 competições. 34 jogos para a Superliga e 3 jogos para a Taça de Portugal.

Nos 34 jogos da Superliga apenas um jogador do Belenenses foi admoestado com um cartão vermelho directo. Essa "honra" coube a Antchouet no jogo contra o U. Leiria. No entanto, ouve mais cinco ocasiões em que um jogador do Belenenses foi expulso, mas dessas vezes por acumulação de amarelos. Nesses cinco jogos: Porto - fora, Boavista - casa, Nacional - fora, Rio Ave - casa e Nacional - fora, foram expulsos, Juninho Petrolina, José Pedro, Juninho outra vez, Cabral e Rui Ferreira.

Relativamente aos cartões amarelos, foram mostrados um total de 88, o que dá uma média de 2,6 por jogo. Os recordistas foram o Juninho (9), o Neca e o Lourenço (8) e o José Pedro (7).

A partir da publicação deste artigo, este quadro deixa de estar visivel na coluna da direita do blog. No entanto, passa a estar disponivel um link.

sábado, junho 25, 2005

Notas finas da época 2004/05: Golos

Luis Vieira

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Foram marcados na ultima época, nos 37 jogos disputados na Superliga e na Taça de Portugal (34 + 3), um total de 43 golos. Foram sofridos 35.

O melhor marcador foi o Antchouet com 13 golos (12+1), ou seja, marcou 30% dos golos da equipa. Se apenas considerarmos a competição Superliga a percentagem é ainda maior: 32%. Antchouet marcou ainda 3 vezes mais golos de que os segundos melhores marcadores da equipa - Lourenço e José Pedro - que marcaram 4 golos cada. Por outro lado, os restantes 22 golos do Belenenses foram marcados por 16 jogadores diferentes, sendo que um deles foi marcado por um adversário: N. Silva do Penafiel.

Este quadro vai deixar de estar visivel na coluna da direita, mas continuará a ficar disponivel através de link.

sexta-feira, junho 24, 2005

Carta Aberta ao Sr. Prof. Dr. Carlos Carvalhal

Pedro Patrão

Sr. Prof. Dr.,

Escrevo-lhe esta carta aberta numa altura em que calculo que o encontrarei de férias. No passado respondi ao seu repto, publicado no seu site, de lhe escrever, mas dos vários e-mails que lhe enviei, nunca obtive resposta a nenhum, a sua análise ao jogos do meu clube foi interrompida após o jogo da 6ª jornada, disputado a 17 de Outubro de 2004, tendo mesmo recentemente o seu site saído da Internet, segundo a informação transmitida, por falta de actualização.
Foi o Sr. Prof. Dr. nesta época treinador do Clube de Futebol “Os Belenenses”, clube do qual eu sou sócio desde que nasci. Gostaria de lhe dizer que o Belenenses existe desde 1919, há portanto quase 86 anos, ao contrário do que o Sr. Prof. Dr. quer fazer crer, pois segundo as suas declarações constantes ao longo da época poderia parecer que o clube foi fundado em 2003, dado o Sr. Prof. Dr. se referir permanentemente à “traumática” época anterior de 2003/2004, para justificar aquilo que foi, na sua opinião, o seu “bom trabalho” ao longo deste ano. Esquece-se dos 84 anos de história para trás. Num aparte, creio até que o tema principal das próximas eleições autárquicas em Lisboa será o terramoto de 1755, ocorrido há 250 anos, e as suas consequências “traumáticas” para a cidade de Lisboa no sec. XXI..
Do seu site pude retirar a sua formação académica, com cursos, mestrados e doutoramentos. Eu apenas fiz um modesto curso de Engenharia. Fico no entanto a pensar se ao longo do seu percurso académico teve alguma cadeira chamada “Coerência”, e, em caso afirmativo, se passou nessa cadeira. É que vou recordar-lhe aqui uma entrevista sua ao jornal “O Jogo”, datada de 31 de Agosto de 2004, uma semana após a vitória da 1ª jornada sobre o Marítimo, em que o Sr. Prof. Dr. dizia, e passo a transcrever:


continua...

“P | Que meta traça para a época de estreia no Belenenses?
R | Vimos de uma época muito má. Por isso, é importante, antes de mais, estabilizar o clube e colocá-lo entre os dez primeiros classificados. E, se não cometermos erros, o Belenenses poderá lutar, futuramente, pelos lugares de acesso às competições europeias.
P | Perspectiva um "novo Boavista" para os próximos anos?
R | Porque não? O Belenenses tem óptimas condições de trabalho e quem sabe se daqui a três ou quatro anos não estará a lutar pelo título? O primeiro passo está dado e agora teremos todos os anos de reforçar o plantel com dois, três jogadores e continuar a apostar na formação, de modo a que o Belenenses seja cada vez melhor.”
Primeira conclusão desta entrevista, vimos de uma época muito má, lá está o Sr. Prof. Dr., o Manuel Machado no Guimarães também vinha de uma época muito má, nunca ninguém ouviu MM lamuriar-se permanentemente e, no fim, conquistou um lugar de acesso à Taça UEFA. Sem traumas!
Mas a segunda conclusão, para mim ao mesmo tempo mais confrangedora e incoerente, é quando o Sr. Prof. Dr. diz que todos os anos teremos que reforçar o plantel com dois ou três jogadores! Dois ou três? Então quantos jogadores queria o Sr. Prof. Dr. para a próxima época? É que do plantel de 2004/2005 já sairam 19 jogadores, possivelmente 20. A saber, Mangiarratti, Sandro, Brasília, Catanha, Juninho, Cristiano, Lourenço, Rodolfo Lima, Wilson, Marco Paulo, Neca, Tuck, Eliseu, Andersson, Antchouet, Fábio Monteiro, Gonçalo Brandão, Jorge Tavares, Cabral e, possivelmente, Renato. Ficaram apenas 10. Marco Aurélio, Rui Ferreira, José Pedro, Rolando, Sousa, Paulo Sérgio, Ruben Amorim, Pedro Alves, Amaral e Pelé. Nada mau, para quem só queria dois ou três reforços, ficava com um plantel de 12 ou 13, e para quem disse que este era um ano de criação de uma base de equipa... E dos jogadores que transitam para a próxima época vejo com lugar de “caras” na equipa base, Marco Aurélio, Amaral e Pelé, sendo apenas um trazido por si, os outros dois já lá estavam. Coerência???
No dia 22 de Novembro de 2004, após o jogo a contar para a 11ª jornada, disputado em Coimbra contra a Académica, mostrou-se o Sr. Prof. Dr. “orgulhoso” porque tinha tido nos 18 jogadores convocados 7 provenientes da formação do Belenenses, a saber, Pedro Alves, Rolando, Gonçalo Brandão, Eliseu, Ruben Amorim, Neca e Jorge Tavares. Onde estão eles agora? Pedro Alves, Rolando e R. Amorim ficam no plantel, sabe-se lá com que garantias para jogar, Neca, G. Brandão, Eliseu e Jorge Tavares saíram. Curioso, J. Tavares jogou 17 minutos nesse jogo, marcou um golo e nunca mais voltou a ser convocado. Eliseu, um dos melhores jogadores portugueses no Torneio de Toulon na sua posição natural, pouco ou nada jogou, sendo agora emprestado a um clube da 2ª Lliga. Coerência???
Antes do jogo contra o Estrela da Amadora para os quartos-de-final da Taça de Portugal, após um dificílimo sorteio contra duas equipas da 2ª Divisão B, e um quase intransponível “isento” veio o Sr. Prof. Dr. declarar na véspera ao jornal “Record”:
Record 1-3-2005
TÉCNICO ELOGIA ESTRELA MAS TEM FÉ!
Carlos Carvalhal: «Sei que estes jogos são diferentes...»

Carlos Carvalhal considera que a Taça de Portugal é um objectivo paralelo para o Belenenses, pois o importante mesmo é fazer uma época tranquila na SuperLiga. Mesmo assim, o técnico não minimiza a Taça, bem pelo contrário, e esboça um desejo: “Temos fé em seguir em frente. O mais importante é a SuperLiga e a estabilidade da equipa.”
Fé??? Felizmente o nosso presidente já veio considerar que a Taça de Portugal é um objectivo prioritário do Belenenses! Coerência??? Esperemos que tenha aprendido a lição. E que dizer da humilhante faixa dos adeptos do V. Setúbal no último jogo do Campeonato: “Nós vamos ao Jamor e à UEFA, e tu onde vais CC?”
Termino esta carta aberta Sr. Prof. Dr. desejando-lhe as maiores felicidades para esta próxima época, pelo menos enquanto for treinador do Belenenses, pois a sua felicidade será a minha, o seu sucesso será o do meu clube. Este ano não há desculpas, nem sirenes, nem apitos, nem relvado duro, nem mole, nem campo grande.
Um conselho, fale menos e trabalhe mais, pois isso de se dizer ambicioso e terminar o campeonato com mais derrotas que vitórias...

Pedro Lopes Patrão
Sócio nº 1771

quinta-feira, junho 23, 2005

Boa sorte Andersson

Luciano Rodrigues

É oficial, Andersson já não é jogador do Belenenses. Esta é uma notícia que recebo com pena, pois Andersson foi, aos olhos de quem vê "por fora", um dos melhores profissionais que passaram pelo Belenenses nos últimos anos. Andersson nunca foi um jogador de dar nas vistas. Nunca fez o impossível... mas nunca faz erros graves. Andersson sabe jogar em todas as posições do campo, pois percebe que é uma peça na engrenagem, o que muitas vezes lhe custou assobios da bancada, aos quais ele respondia com a entrega habitual e uma disciplina impressionante dentro de campo. Após a avanlanche de boas contratações para o meio-campo nas últimas semanas, este era um desfecho previsível. Futebolísticamente, podemos ficar mais fortes. Mas humanamente... é muito difícil. Boa sorte Andersson!


(substituir pela parte que so aparece na segunda pagina)

Belenenses no Mundo

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Hugo Pereira, adepto azul, como podem ver pela t-shirt, a participar no I Grande Prémio de Carros de Rolamentos da Cidade de Abrantes.

terça-feira, junho 21, 2005

Obrigado a todos








Esta data, 21 de Junho de 2005, é sem dúvida alguma um marco indelével na história do Blog do Belenenses. Atingimos as 100.000 visitas! O meu sincero obrigado a todos os que nos brindam com a sua visita, esperamos sinceramente estar a contribuír para um Belenenses maior e, acima de tudo, melhor.

Mas não posso deixar de particularizar os agradecimentos a algumas pessoas que tiveram um papel fulcral durante este tempo:
-> em primeiro lugar, destacadamente, tenho de agradecer à Rita, minha namorada, pelo facto de ter uma compreensão inesgotável para com esta paixão, que tantas e tantas horas nos rouba, e são tão poucas aquelas que temos para estar juntos. Obrigado Môr! ;
-> depois, tenho de agradecer a todos os que têm dado um contributo inestimável e regular ao Blog durante todo este tempo: o Luís Vieira, o Rui Vasco e o Eduardo Torres. Obrigado por todo o trabalho que têm tido em prol do Belém, colegas! ;
-> por último, mas do fundo do coração, há que agradecer a uma série de amigos que me deram força ao longo do tempo, naqueles dias em que mais questionava esta "tarefa". Esses não os vou mencionar, porque são imensos e todos eles sabem a consideração e amizade que por eles tenho. Obrigado Amigos!

continua...

100.000 visitas... seria impensável no dia em que me propus aceitar o desafio de retomar este canto esquecido na net que havia "inaugurado" em 23 de Setembro de 2003. Após insistência de vários bloguistas do Blog CFBelenenses, com especial destaque para o Pedro Lourenço, retomei o Blog no dia 30 de Janeiro de 2004, jamais supondo que estaria a "assinar contrato" com uma enorme responsabilidade, que tem vindo a crescer de dia para dia.

Neste ano e alguns meses, quer o Blog quer o Belenenses sofreram enormes mudanças. Curiosamente, se olharmos o dia de hoje, podemos afirmar claramente que ambos têm vindo a mudar para melhor. Continuemos então assim, lado a lado, vitória atrás de vitória.

Do lay-out standard e bisonho dos primeiros dias, o Blog do Belenenses tem hoje uma imagem que pretendemos apelativa, e aqui todos os aplausos têm de ir para o Luís Vieira pelo excelente trabalho que tem vindo a realizar.

Por outro lado, e com o alargar das colaborações regulares, temos conseguido "cobrir" cada vez mais o Belenenses como um todo. O Rui Vasco tem feito um trabalho excepcional nas modalidades amadoras e a última contratação do Blog, o Tiago Louro, promete um acompanhamento detalhado e cheio de surpresas relativamente ao Futsal.

Mas, falando pessoalmente, o que me tem deixado mais feliz são as palavras de incentivo que oiço no Restelo e que leio, dia após dia, em e-mails que me chegam dos mais diversos cantos do mundo, de pessoas das mais diversas idades e trajectórias de vida. Nesse sentido, sou forçado a deixar um abraço especial ao bloguista Cassiano Silva, antigo colega de trabalho do meu avô, que infelizmente nunca cheguei a conhecer. O mundo é tão pequeno...

Por último, tenho de deixar aqui umas palavras para "figuras" do nosso Belenenses que visitam o Blog. Antes de mais, ao nosso Presidente, Eng. Cabral Ferreira, como todos sabem um homem desde sempre ligado às comunidades azuis on-line e que muito apoia todas as formas diferentes de ser Beleneneses e, ao invés de ver nelas uma ameaça, vê uma oportunidade de engrandecimento do nosso clube. Depois, outro abraço enorme para o Miguel Barreiros, coordenador do Site Oficial, pelas horas e horas que me tem aturado noite dentro, quando ambos a titubear de sono somos impelidos pelo dever de informar os adeptos azuis, quando tudo o que nos apetecia era uma praia das Caraíbas... ou então uma almofada. E o último abraço deste post de agradecimentos fica guardado para o Dr. Jaime Monteiro, Administrador da SAD do Belenenses e a quem, assumo o que fiz, muito já critiquei. As suas palavras, sinceras, deixaram-me comovido e sem palavras para lhe responder algo com nexo. Foi dos elogios que recebi que me deixaram mais emocionado na minha vida, sinceramente. Como sempre lhe disse e agora sei que já sabe, estamos do mesmo lado. Queremos é o Belenenses campeão!

Estatísticas do Blog do Belenenses:

Com uma média diária de 214 visitas, semanal de 1.444 visitas e mensal de 6.371 visitas, obviamente prejudicadas pelos primeiros meses de actividade, o Blog atingiu os seus picos máximos no dia 7 de Junho de 2005 (661 visitas), na semana 24 de 2005 (3.071 visitas) e no mês de Maio de 2005 (11.403 visitas).

Outras curiosidades incluem a 3ª feira como o dia da semana com mais visitas (apenas mais 0,08% que a 4ª feira) ou o espaço de tempo compreendido entre as 11:00 e as 12:00 como a "hora com mais visitas".

No que diz respeito à natureza geográfica das visitas, 85,92% são provenientes de território nacional. De resto, destacam-se os EUA com 2,94%, o Reino Unido com 1,86%, a Roménia com 1,42% e o Brasil com 1,41%. Seguem-se visitas oriundas de outros 92 países...

O facto de quase 9% das visitas ao Blog ser originada em motores de busca deixa-nos absolutamente extasiados, pois é a prova que estamos a ajudar a dar notoriedade ao nosso clube, no fundo, aquilo para o que trabalhamos com tanto afinco.

Obrigado Belenenses!

segunda-feira, junho 20, 2005

Faltam defesas?

Luciano Rodrigues

Após a catadupa de contratações sonantes para o meio-campo e ataque que os últimos dias de Maio de primeiros dias de Junho proporcionaram aos adeptos azuis, estes começam agora a mostrar alguma preocupação relativamente à falta de novidades no que respeita ao reforço da defesa. A espera pelo defesa esquerdo (em falta desde a saída de Carlos Fernandes, independentemente da época desastrosa que efectuou em 2003/04) e por outro central está a começar a deixar muitos adeptos azuis preocupados. Tenho de afirmar que não estou preocupado, porque a SAD já deu provas de estar a trabalhar bem e as contratações estão a ser divulgadas apenas quando o clube entende ser o timing certo. Não sei se já estão contratados ou não, ou se virão mesmo a ser contratados. Isto porque as soluções estudadas podem estar até já dentro do plantel, especialmente para o centro da defesa. Rolando é aposta ou não? Renato fica ou não? Os adeptos azuis têm toda a legitimidade em questionar este atraso no anúncio dos reforços para a defesa. Mas olhemos para a concorrência e vejamos que já temos o plantel praticamente preparado, enquanto os adversários ainda estão muito atrasados na preparação (o Marítimo, por exemplo, ainda nem treinador tem!!!). Vamos lá dar o benefício da dúvida à SAD (que esta época bem o merece) e apoiar o nosso Belém.

Obrigado Francis

Luciano Rodrigues



Obrigado Francis! Portugal está orgulhoso de ti e o Belenenses também!

domingo, junho 19, 2005

Obrigado Tiago!

Luciano Rodrigues



Obrigado Tiago! Portugal está orgulhoso de ti! E agora, que venha a primeira vitória!

Futsal: Pedro Nova é azul!

Tiago Louro

Depois de umas semanas de negociação entre o Belenenses e o Freixieiro, ambos os clubes chegaram a acordo para a transferência do atleta Pedro Nova para o clube do Restelo. Para este desfecho, muito contribuiu a influência Belenenses do pai do agora, nosso atleta.
Este é o 4º reforço assegurado para a próxima época, depois de Domingos Costa (Mingo) – ex-CME, Pedro Caetano – ex-Sassoeiros e Ricardo Cardita – ex-Benfica.
Por definir continuam as situações dos jogadores Pedro Serra e Nuno Neves, que ainda não garantiram a sua continuidade com a cruz de cristo ao peito.
Relativamente a saídas, há a confirmar o abandono de Nuno Coelho, Pacheco, Jorginho e Paulo Jesus, a eles o nosso obrigado pelos títulos e toda a sorte do mundo nas suas carreiras.

Nota: este é o primeiro artigo do novo colaborador do nosso blog Tiago Louro sendo que a sua especialidade é o Futsal.
Tiago, bem-vindo ao Blog do Belenenses.

sábado, junho 18, 2005

Xicuembo - O Livro

Luciano Rodrigues

Hoje é um dia especial para o Xicuembo, um dos primeiros Blogs que "linkou" o Blog do Belenenses, e em especial para o seu editor, o adepto Belenense Carlos Gil. De facto, ocorre hoje a apresentação, no Palácio Galveias, ao Campo Pequeno, deste Blog que se tornou livro. Um Blog que emana um intenso cheiro a África, presente em cada letra das "estórias" de Carlos Gil. O livro hoje apresentado, pelas 18 horas, estará disponível nas principais livrarias do país, sendo editado pela "Pé de Página".



Ao autor, o Blog do Belenenses endereça os mais sinceros parabéns que se traduzirão, daqui a 2 horas, num forte abraço.

Belenenses no Mundo

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Miguel Amaral, da cidade do Porto, a visitar Belém !

sexta-feira, junho 17, 2005

Pinheiro, Bravo!

Luciano Rodrigues

A SAD azul continua a surpreender (ou talvez já não, dado o excelente trabalho que tem apresentado), sendo hoje notícia a contratação do médio Pinheiro ao Estoril-Praia. Pinheiro é um jogador experiente e capaz de fazer uma miríade de posições no meio-campo. Apesar de ser, por vocação, um elemento muito ofensivo, esta última época no Estoril foi a prova da sua utilidade a segurar o meio-campo, fruto da sua galhardia e capacidade de organização de jogo. Pinheiro surgiu com cerca de 20 anos nos Dragões Sandinenses, numa época fantástica para a equipa nortenha na Taça de Portugal. Pinheiro destacou-se, nomeadamente, no jogo ante o Estrela da Amadora, que foi eliminado com 3 golos do agora nosso jogador. Com mais esta contratação, parece estar fechado o "capítulo meio-campo", sendo que todas as atenções se centram agora no reforço da defesa azul. Por outro lado, esta contratação poderá também estar relacionada com falta de entendimento com o sueco Anders Andersson.


(substituir pela parte que so aparece na segunda pagina)

quinta-feira, junho 16, 2005

Belenenses no mundo



Shaaban Hussein, adepto azul nascido no Cairo, Egípcio, cidadão do mundo. Com as Pirâmides, uma das 9 maravilhas do mundo, como pano de fundo...

PS - Sim, 9 maravilhas... não se esqueçam do Matateu (8ª) e do Estádio do Restelo (9ª)!!!

Estes já cá cantam!

Luciano Rodrigues
Artigo publicado no Blog Futebol Acima de Tudo

Após épocas e épocas em que a SAD do Belenenses pouco mais fazia que figura de corpo presente, vagueando ao sabor do refugo do mercado ou da vontade dos treinadores, este defeso está a ser uma surpresa para os adeptos azuis, pois tem sido fácil de verificar que houve um trabalho de preparação desta temporada ao longo da época transacta, algo de perfeitamente inovador pelas bandas do Restelo. Chegados a meio de Junho, 2 meses antes do início da próxima temporada, o Belenenses assegurou já 6 reforços, a maioria dos quais de qualidade indiscutível. No entanto, ressalve-se que o sector defensivo carece de alguns jogadores, faltando pelo menos um defesa central e um lateral esquerdo. Curiosamente, não posso deixar de destacar também a blindagem que sofreu a estrutura azul, de onde não transpiram informações para a Comunicação Social, que à falta de informações responde com tiros para todo o lado. Passemos então a uma análise individualizada dos reforços já conhecidos:

continua...

Romeu – aos 30 anos, o internacional português já passou claramente o seu período de explosão. No entanto, é um jogador com valor, um avançado atípico no futebol português, muito forte, com um bom jogo de cabeça e capaz de segurar a bola e ganhar dezenas de metros. Mais que um goleador, espera-se no Restelo que seja o homem que há muitos anos não temos, uma verdadeira muleta para quem jogar a seu lado.

Ivan Djurdjevic – este jogador de Leste, também ele proveniente do Guimarães, é um daqueles jogadores que passam relativamente despercebidos, mas que são importantíssimos na manobra das equipas por onde passam. Médio esquerdo por definição, pode também jogar mais no meio, como tampão do meio-campo, e ainda a defesa-esquerdo, em especial numa táctica com 3 centrais. Tacticamente evoluído, boa técnica e capacidade de adaptação parecem características que o tornarão um jogador fundamental no Belenenses 2005/06.

Ricardo Araújo – até ver, de todas as contratações do Belenenses para a próxima temporada, esta é a única incógnita. Um brasileiro desconhecido (como a maioria dos que chegam ao nosso país), jogador de meio-campo, com 23 anos e boa margem de progressão. A seu favor, o facto de ter vindo a ser observado ao longo dos últimos meses pela equipa técnica que deu o seu aval à contratação, não sendo um tiro totalmente no escuro.

Sandro Gaúcho – este brasileiro, trinco, tem sido nas últimas épocas um dos melhores jogadores do Beira-Mar. No entanto, os seus 32 anos levantam algumas dúvidas entre as hostes azuis, nomeadamente quando jogadores importantes do clube foram dispensados exactamente pela sua idade. Sandro Gaúcho dificilmente conquistará a titularidade, mas será importante ter um jogador com a sua qualidade pronto para dar o seu contributo.

Silas – o tecnicista lisboeta que um dia foi tentar a sua sorte para Ceuta, está de regresso à sua cidade natal. Depois de há 2 anos atrás ter sido um dos jogadores mais cobiçados no mercado nacional, Silas viu a carreira entrar numa curva descendente, primeiro em Inglaterra onde ao serviço do “complicado” Wolverhampton não se conseguiu adaptar ao futebol britânico e no ano passado no Marítimo, onde as lesões o impediram de realizar uma boa temporada. Com uma técnica refinada, Silas não é nº 10, nem extremo nem avançado. Em forma, é um vagabundo capaz de destroçar uma defesa. Fora de forma, pode transformar-se num peso morto dentro de uma equipa.

Meyong – o camaronês, vencedor da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2000, era um dos jogadores mais cobiçados no mercado português, onde há já vários anos tem vindo a mostrar a sua categoria. Possante mas com mobilidade, Meyong é um meio-termo entre o ponta-de-lança típico e o avançado móvel. Frio na finalização e também ele capaz de abrir espaços para a entrada de colegas do meio-campo. Uma das melhores contratações do Belenenses nos últimos anos que se pode transformar num excelente negócio, ou não estivesse o Mundial de 2006 aí à porta com Meyong a fazer parte da sua selecção.

Ahamada – este francês era à 2/3 anos atrás uma das maiores promessas do futebol francês. Após ser uma aposta regular do treinador do Nantes na 1ª volta desta temporada, surgiu em Janeiro deste ano, de forma surpreendente, no Beira-Mar, onde foi dos melhores jogadores da equipa sendo um perigo constante para as equipas adversárias. Mais que um avançado, é um extremo capaz de ganhar a linha e servir os companheiros. As reacções de incómodo dos adeptos do Nantes à sua dispensa são a prova de que o jogador tem um potencial tremendo e, também ele, se pode vir a tornar um grande negócio para a SAD azul.

Fábio Januário – Engenheiro Civil de profissão (!!!), Fábio Januário é um médio de ataque, que pode jogar nas pontas, dotado de boa técnica e bom remate. No entanto, e após duas épocas ao serviço do Gil Vicente, nunca se conseguiu afirmar claramente no futebol português, parecendo faltar-lhe alguma capacidade física que, a existir, o poderia transformar num dos melhores médios de ataque da Superliga. Em primeira análise, funcionará como um “back-up” para o meio-campo ofensivo.

Falta agora, ao Belenenses, reforçar a sua defesa, essencialmente com um defesa esquerdo e um central. Se estes 2 jogadores que vierem forem jogadores de categoria, o Belenenses tem, claramente, plantel para aspirar pelos 4/5 primeiros lugares.

quarta-feira, junho 15, 2005

Só futebol

Pedro Patrão

Artigo publicado no dia 3 de Junho, que acabou por perder todo o sentido nessa data perante o desaparecimento do nosso Capitão José António.

Terminado mais um campeonato Nacional de Futebol, época 2004/2005, chegámos ao fim classificados em 9º lugar. Foi uma época cujo início nos fez sonhar com algo mais, mas em que, jornada a jornada, a equipa do Belenenses foi perdendo fulgor e, sobretudo, ambição. Apesar da classificação ter sido melhor que a da época anterior, 9º lugar contra 15º, verificou-se que o números de derrotas foi sensivelmente igual, 14 contra 15. Tivémos ainda a curiosidade, triste do meu ponto de vista, de este ano termos mais derrotas do que vitórias, 13V contra 14D. A época até começou bem para o Belenenses, com boas exibições, com garra, ver jogo disputado em Vila do Conde, mas a inversão dos acontecimentos dá-se, quanto a mim, à 5ª jornada, quando fomos à Amoreira defrontar um adversário que nos era completamente inferior, jogo esse que se tivéssemos ganho teríamos passado para 1º lugar ex-aequo com outras equipas. Perdemos. Pior do que o resultado, foi a exibição, deprimente, em que só corremos atrás do prejuízo após sofrermos o golo da derrota, aos 88 minutos de jogo. Pior ainda foram as declarações do nosso treinador no final desse jogo, que se mostrou resignado, dizendo que o Belenenses não fazia parte dessas guerras, primeiros lugares, nem que isso lhe tinha sido pedido. A partir daí alternámos o razoável com o muito fraco, nunca conseguindo manter um equilíbrio exibicional e de pontuação capaz de nos guindar a lugares mais altos. O ponto mais negativo da época ocorreu com a eliminação da Taça de Portugal às mãos de uma equipa de divisão inferior, depois de um sorteio muito favorável nas três eliminatórias anteriores, jogo após o qual, mais uma vez, o nosso treinador sacudiu qualquer tipo de pressão dos seus ombros afirmando que a Taça de Portugal não era o objectivo prioritário. Poder-me-ão dizer que em relação ao ano anterior o Belenenses garantiu uma certa tranquilidade mais cedo, que também o nº de vitórias foi maior, segunda melhor equipa nos jogos em casa, mas as minhas ambições são sempre de corrigir o que está mal e manter o que está bem. Mal, claramente, o nº de derrotas e a pontuação e postura da equipa nos jogos fora de casa.

continua...


Causa-me alguma estranheza e perplexidade que num clube como o Belenenses, com quase 86 anos de história, 1 Campeonato Nacional da 1ª Divisão, 3 Campeonatos de Portugal e 3 Taças de Portugal, se fale em anos zero ou -1. O que é que isso quer dizer? Começar de novo? Esquecer o passado? Ou só se lembra o passado negativo para pôr em cima da mesa traumas que outros ultrapassaram com muito mais facilidade?
Mas, tudo isto é passado. Importa olhar o futuro.
Temos uma Direcção nova, SAD nova (ou renovada), vai começar uma nova época, tenhamos renovadas esperanças que melhores dias virão. Mas sempre com ambição e exigência, senão será sempre muito fácil comparar com a “traumática” época de 2003/04, em que ficámos em 15º lugar. E, a partir daí, qualquer coisita melhor é entusiasticamente aplaudida por muitos. Ao contrário do que repetidas declarações do nosso treinador ao longo da época deixavam transparecer, que estávamos no ano zero, a base da equipa estava a ser criada, que bastariam 2 ou 3 contratações “cirúrgicas”, optou a nossa SAD com a concordância do treinador, ou vice-versa, por uma pequena revolução no nosso plantel, o qual irá ser reformulado para a próxima época em 50 a 60%. Não contesto tal tipo de decisões, fico sempre com a esperança que os que chegam sejam melhores que os que partiram, mas, por favor, não me falem mais em anos zero. Como diria José Mourinho, o único, o original, aquele que conquistou a Taça UEFA e a Liga dos Campeões, e não qualquer eco ou fotocópia em bicos dos pés, falta de tempo é a maior desculpa para a falta de trabalho. No exigente futebol inglês, com a terceira equipa de Londres, azuis como nós, que já não era campeã há 50 anos, Mourinho chegou, trabalhou e... foi campeão. Cá é difícil? É, e muito, mas lá também, não tenham a menor dúvida. Acima de tudo quero partir para a nova época pensando que o céu é o limite, só pedindo, exigindo, uma coisa: que durante os noventa minutos de cada jogo jogadores, treinador, dirigentes e adeptos dêem tudo o que têm, como se cada jogo fosse uma final, o último, pois a partir daí nada mais lhes poderá ser exigido. Só espero é que a próxima não termine como esta, à 5ª jornada, quando a toalha foi lançada ao chão dizendo “esse” campeonato não é o nosso, deixem ir cá mais para baixo para não nos exigirem muito. É que começo a ficar cansado de ver as vitórias e as festas dos outros e nós há 16 anos nada ganhamos, nem chegamos lá perto. Há toda uma geração de jovens para trazer para o Belenenses e isso só se faz com vitórias. Quem joga para ganhar, arrisca-se a ganhar, quem joga para empatar, quase sempre perde.
Termino com um pouco de História de Portugal: “Em 1640, Portugal encontrava-se à beira de uma revolução e novo rei tinha que ser encontrado. A escolha recaíu sobre João II, Duque de Bragança, um homem modesto sem nenhuma ambição à coroa que receava arriscar a vida e a fortuna numa traição aos Habsburgos. A lenda diz que foi a sua mulher Luísa de Gusmão, filha do Duque de Medina-Sidónia, que o forçou a aceitar a coroa dizendo: Mais vale ser rainha por um dia que duquesa toda a vida! ou segundo outra versão: Mais vale morrer reinando do que viver servindo! Bragança aceitou a chefia da rebelião e tornou-se Rei de Portugal a 1 de Dezembro de 1640.” Sejamos nós, adeptos, a Luísa de Gusmão do nosso clube, perante o(s) pouco audaz(es) Duque(s) de Bragança. Mais vale ser campeão por um dia, que 9º lugar toda a vida. Teremos nós força suficiente para isso?

Pedro Lopes Patrão
Sócio nº 1771

FOLHAS SOLTAS

Eduardo Torres

Suponho que a maior parte dos adeptos, ao formular um desejo, sonha antes de tudo com títulos. Eu, para quem o vibrar em conjunto é mais que tudo, sonho com ver o Restelo cheio. Suponho que a maior parte dos adeptos está à espera de contratações sonantes. Eu, para quem sermos muitos belenenses é mais que tudo, espero medidas para aumentar muitíssimo as assistências. Quando virão elas? Quais serão? A minha sugestão, seria: de imediato (preparando a psicologia das “massas”) e, depois, repetidamente; todas as possíveis, tanto as já elencadas (por nós nomeadamente), acrescidas das que entretanto ocorram ou a experiência recomende.

* * *

Quer dizer que não me importam as contratações? Não, de maneira nenhuma estou desinteressado. Acompanho-as com o maior interesse e ansiedade. Ainda faltam jogadores, sobretudo no sector defensivo. Mas já disse, e repito: tudo indica que se está a formar o melhor plantel das últimas épocas. Este ano, posso ter uma grande desilusão, sim, porque confesso que tenho a ilusão de voltarmos ao nosso lugar, nos 4 primeiros.


continua...

* * *

O ano passado não tinha, nem de perto nem de longe essa ilusão, mesmo com todas as vitórias da pré-época. Porque não a tinha? Especialmente porque no plantel havia o Lourenço, o Rodolfo Lima e o (irrepreensível, diga-se) Cristiano. E, com isso, um clube com a aura do Belenenses só contra-naturamente podia ir muito longe. A sua alma estava violentada. O que estava em causa não era o valor desses jogadores. Por mim, saídos, não me ponho a disparar tiros contra eles. Sinceramente, até admito que eles brilhem (relativamente, claro) no Gil Vicente e no União de Leiria. Ninguém se surpreenda com isso. Se tal acontecer, oxalá se compreenda o essencial: é que, felizmente, a camisola do Belenenses ainda pesa (mais do que a desses clubes). O erro não estava nos emprestados mas no facto dos empréstimos.

* * *

Por este motivo, não acho, como já li não sei onde, que Meyong, Romeu e Silas possam ser outros Lourenço e Rodolfo Lima. E não digo isto apenas por a sua qualidade poder ser maior, que é. Digo-o porque as circunstâncias em que vêm são totalmente distintas. E isso faz toda a diferença. Neles e na equipa como um todo. É que, diferentemente do que se pensa, os factores psicológicos têm muito peso. Acreditem ou não, os factos são inequívocos: sempre que nos baixamos, vê-se o traseiro...

* * *

Morreu José António. É mais uma figura grada do Belenenses que parte. Lá está a diferença. Por norma, os adeptos lembram-se dele a erguer a taça. Eu lembro-me dele, mais toda a equipa, a correr com a taça para a nossa festa. Curioso: alguns que acham que não interessa falar do nosso passado glorioso, não resistiram a evocar os feitos do tempo do Zé António. E ainda bem que o fizeram. Mas, por favor, pensem que passaram 16 anos e, para quem tem 28 ou 30 ou 33, foi...ainda há pouco tempo. Pois é...para quem tem quarenta e tal, também 30 anos, foi há pouco tempo. E para quem tem 70 ou 80, parece que mal passaram os 49 da inauguração do Restelo ou os 59 do Campeonato Nacional. O Belenenses é o seu todo de hoje e de sempre. Respeitemo-lo todos e respeitemos todos os Belenenes – os jovens e os anciãos. Que sentiriam os que – muito bem - evocaram os triunfos com Zé António, se lhes chamassem saudosistas e revivalistas?

* * *

Não obstante o que disse, também eu sonho com um grande título. Sim, uma Taça. Mas mais ainda: um Campeonato de novo. Não o exijo; aliás, nunca exigi vitórias ao Belenenses, porque entendo que ser do Belenenses é algo de tão diferente, de tão grande e tão belo, que é uma vitória de todos os dias. Mas exijo, sim, ambição; e exijo não ter um treinador a dizer: não somos candidatos... Isso é que não!

segunda-feira, junho 13, 2005

Belenenses no Mundo

Luciano Rodrigues

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Fotografia de João Aboim, adepto do Belenenses, capturada em Putney, Londres, na noite de 12 de Junho de 2005


Voltamos a pedir a todos os adeptos do Belenenses que nos enviem fotos suas, nos mais diversos sítios, envergando artigos referentes ao Belenenses.


quinta-feira, junho 09, 2005

Rugby: o Belenenses e as selecções

Rui Vasco

Sebastião Cunha, jogador do Belenenses, tenta travar um jogador da poderosa selecção sul-africana, no 1º encontro dos Sevens de Londres.

O Rugby português escreveu, este fim-de-semana, mais uma bonita página da sua história, ao competir simultaneamente em duas frentes, com resultados no mínimo muito positivos, que nos devem fazer pensar acerca de passos futuros relativamente à promoção e reforço da capacidade competitiva da modalidade, em termos nacionais e do nosso clube.

Selecção de Sevens, em Londres

Uma jovem selecção de Sevens, capitaneada pelo jogador belenense Pedro Netto, disputou no passado fim de semana mais uma etapa do Circuito de Sevens da IRB. A prova, disputada na cidade de Londres, demonstrou mais uma vez que o rugby português se aproxima cada vez mais do nível de outros países com maiores tradições na modalidade, e que uma aposta bem planeada e melhor executada ao nível dos Sevens no nosso país pode dar frutos num futuro não muito longínquo.

O Belenenses contribuiu com a maior parte dos jogadores convocados, tendo-se feito representar por um conjunto mais ou menos permanente de 5 (entre 7) jogadores em todas as partidas disputadas ao longo do torneio... E sem querer retirar à nossa selecção o carácter nacional que ela tem, por vezes pensei que na realidade era o Belenenses que se batia no Estádio de Twickenham contra os melhores do mundo, tal era o número de jogadores azuis envolvidos nas partidas disputadas.

O torneio foi transmitido em directo (e mais tarde em diferido) na Sporttv. E quem o viu ficou perfeitamente elucidado acerca da importância do nosso clube no âmbito do rugby nacional. A formação, iniciada há muitos e bons anos no Restelo, conduziu a esta situação ímpar no clube: o Belenenses é o clube que mais atletas fornece às equipas nacionais, situação que muito nos prestigia (e que por vezes nos prejudica também...) e engrandece.

Pena é que, no plano nacional, os Sevens ainda se encontrem muito pouco praticados a um nível competitivo. As provas desta variante do rugby clássico (de XV) quase se limitam a convívios esporádicos, que em nada contribuem para uma maior e melhor preparação dos jogadores para um tipo de jogo que se reveste de características muitíssimo diferentes do modelo de 15.

Como nota final gostaria de salientar o facto de termos tido a honra de ver António Cunha, conhecido no meio do rugby por "Balula", como manager da equipa... Ele que é o mais internacional dos atletas do Belenenses de TODAS as modalidades e que actua na nossa equipa há qualquer coisa como 28 anos... Um verdadeiro campeão, que não só é uma peça chave da nossa equipa (e das selecções) como começa agora a transmitir a sua experiência aos mais novos em diferentes funções.

Balula lesionou-se num ombro dias antes da partida da equipa de Sevens para Hong Kong, há alguns meses atrás, o que o impediu de dar o seu contributo às equipas nacionais e ao Belém, na difícl fase final do Nacional da 1ª Divisão.

Selecção de XV, na Sibéria

A selecção de 15 venceu, precisamente no mesmo sábado em quese disputavam os sevens em Londres, a complicada formação russa por 16-18, isolando-se no comando do Torneio das VI Nações B, prova que coloca frente a frente as equipas n.º7 a 12 do Ranking europeu da modalidade.

Dos 15 que entraram em campo para enfrentar a Rússia, 4 eram do Belenenses, sendo que um 5º jogador Azul (o 2º linha Lourenço Andrade) entrou no encontro já durante o seu decurso, elevando o número de belenenses utilizados nesta partida. Os jogadores do Belém estiveram em destaque, e de entre eles é justo referir o avançado Christian Spachuck, que marcou o primeiro ensaio da equipa nacional!

Para a semana o XV português desloca-se a Bucareste, esperando-se que vença mais um difícil encontro. O objectivo é somar a 5ª vitória em 5 jogos!

quarta-feira, junho 08, 2005

Quantos Somos - Parte II - Conclusão

Eduardo Torres

Na 1ª parte deste artigo, vimos que o Belenenses continua a ser o 4º clube português em termos de adeptos, que é um dos únicos cinco que tem implantação nacional e que somos perto de 200.000, contando os que vivemos em Portugal, e entre 250 e 300 mil, se contarmos com os que estão espalhados pelo mundo.

E deixámos então a pergunta: sendo assim, tendo nós uma considerável legião de adeptos, porque é que, actualmente, e desde há alguns anos (cada vez pior, diga-se), as assistências no nosso estádio são tão decepcionantes?

Vamos, primeiramente, colocar um ponto de ordem: é claro que as imagens televisivas são enganadoras porque não apanham a bancada dos sócios, onde normalmente há mais gente, mas sim o lado contrário: e porque, tendo nós a pista de atletismo (de uma qualidade que nenhum outro clube português de futebol se pode actualmente orgulhar), há uma distância maior entre o relvado e as bancadas, fazendo com que as câmaras (televisivas ou fotográficas) não incidam nos anéis superiores, que é justamente onde se concentra o público. Por outro lado, é igualmente verdade que o nosso estádio é muito amplo, comparado com a maior parte dos outros. Sem desprimor, no Estádio das Amoreiras (Estoril), 2.000 pessoas fazem o estádio estar meio (grosso modo); no Restelo, as mesmas 2.000 pessoas fá-lo-iam parecer vazio, quase deserto. O que em alguns estádios de clubes primodivisionários seria uma grande enchente, não deixaria o nosso Estádio com, sequer, meia “casa”.


continua...


Tudo isto é verdade mas continua a ser um factos que as assistências no nosso estádio são decepcionantes. Vamos procurar ver as razões:

1. Sendo o Belenenses um clube de expressão nacional, com muitos adeptos a viverem longe do estádio, a percentagem dos que assistem ao jogo tenderá sempre a ser menor do que os clubes com apaniguados local ou regionalmente concentrados. Por exemplo, os adeptos do Vitória de Guimarães estão praticamente todos no concelho de Guimarães, a pouca distância do estádio; pelo contrário, muitos adeptos azuis moram a largas dezenas ou centenas de quilómetros do Restelo.

2- O Belenenses está sediado numa grande cidade, cosmopolita por natureza, onde inexiste o factor regionalista. Sempre sem desprimor, tomemos como exemplo a maior parte dos clubes da 1ª divisão, que são clubes de uma cidade ou concelho: Setúbal, Braga, Guimarães, Leiria, etc. Não há nessas cidades médias ou pequenas o tipo de solicitações que há em Lisboa; tudo fica perto do Estádio; o jogo da equipa local é a única oportunidade de os naturais daquela cidade assistirem a futebol ao vivo; os seus adeptos vão, pois, presenciar o jogo, não obstante só serem adeptos em 2ª linha, visto o seu primeiro clube ser, por exemplo, o Benfica ou F.C.Porto (coisa que, como vimos, praticamente não existe no Belenenses). Em Setúbal, podem estar 4.000 pessoas a assistir ao jogo do Vitória local com o Gil Vicente: provavelmente, 1.500 são do Benfica, 1000 do Sporting e 300 do F.C. Porto, como 1º clube, e só 1.200 do Vitória. Em Braga, podem estar 10.000 pessoas a presenciar um jogo com o União de Leiria: provavelmente, 5.000 são do Benfica, 2.000 do F.C.Porto, 500 do Sporting e só 2.500 do Braga como primeiro clube. Obviamente que não temos números rigorosos mas não deverá andar muito distante disto. E obviamente que os exemplos dados não implicam o mais leve desprimor para com os clubes mencionados. Mas fica a diferença: se o Belenenses jogar, por exemplo, com o Nacional, e estiverem 4.000 pessoas, então, 3.900 são só do Belenenses.

3. Apesar de em termos de massa associativa o panorama ser diferente, por causa do impressionante número de sócios praticantes que temos, o facto é este: a estrutura etária de adeptos do Belenenses é elevada. Ora, a experiência mostra que um adepto de 60 ou 70 anos tem menos apetência (e vitalidade) para ir ver futebol do que um de 20; e, obviamente, um adepto de 40 ou 50, tem normalmente um peso de obrigações e compromissos impeditivos ou dificultadores de assistir ao jogo muito maior do que um adepto de 18.

4. E, claro, aqui entra o percurso histórico do Belenenses: os seus tempos de glória foram no passado, e foi aí que atraiu o grosso da sua massa de adeptos. Depois, vieram os tempos de queda e, com isso, perdeu percentagem de adeptos (como vimos, em 1960, os belenenses seriam quatro vezes mais) e perdeu adeptos presentes nos jogos, tristes e cansados de resultados decepcionantes. No fundo, é normal: são muitos anos de tristezas e desilusões. Quem recorda o que foi a grandeza do Belenenses, quase prefere esquecer aquilo em que se tornou. Repare-se que, com o devido respeito, para um adepto vimanarense, um 5º lugar pode ser entusiasmante. Para os belenenses que já viram muita coisa – não falo, mais uma vez, dos que pensam que o clube começou há meia dúzia de anos atrás, e/ou dos que querem é ser o Boavista II -, um 5º lugar não diz assim tanto: afinal, por quase 30 vezes ficámos acima do 5º lugar! Acho que só lutando pelo título ou chegando a uma fase bem adiantada de uma competição europeia é que a nação belenenses voltará a fervilhar de entusiasmo.

5. No entanto, há um factor adicional, sobre o qual já falámos várias vezes. Não se pode concluir simplistica e linearmente que “bons resultados trazem boas assistências”. Repetindo: no ano a seguir a ganharmos a última Taça de Portugal, as assistência desceram! Porquê? Em minha opinião porque, em vez de se aproveitar a embalagem e potenciar o entusiasmo, se fez o contrário: desinvestiu-se e, sobretudo, perdeu-se garra, alma, orgulho. Falo por mim e certamente por muitos outros: eu ficaria mais motivado se me dissessem “temos uma grave crise financeira, por isso vamos jogar com uma equipa de ex-juniores mas cheia de raça e vamos todos cerrar os dentes” do que a mornice sem chama da época que passou. Ou seja, é preciso transmitir vibração, alento, orgulho, “alma” (é aqui que a alma entra e não onde o que se exige é competência técnica) e é isso que há muito se não faz no Belenenses.

6. Infelizmente, há décadas que no Belenenses se perdeu uma “cultura de massas”, a ideia de fazer do Restelo “um inferno”, de empurrar a nossa equipa para a vitória com os nossos incentivos, de “irmos todos”. Isso entristece-me muito. E é completamente ao arrepio do que foram as nossas origens. Leia-se por exemplo, os jornais do clube, semanais, da década de 50; recorde-se a lenda do quarto de hora à Belenenses, quando a equipa, incentivada pelo público, cerrava os dentes e, buscando todas as forças, virava os resultados desfavoráveis (começou logo no nosso 1º jogo com o Benfica: ganhámos 2-1 mas, á entrada do último quarto de hora, estávamos a perder); ou relembrem-se estas palavras, que aqui voltamos a reproduzir e que foram originalmente publicadas no jornal Eco dos Sports de 1937, caracterizando a maneira única de ser do Belenenses: “Já nos referimos aos pombos que a rapaziada de Belém larga em pleno azul, após as suas vitórias. Hoje, fazemos mais. Apresentamos o pitoresco duma fotografia em que se vê o popular Azevedo, findo o jogo com o Benfica, abrir as mãos e atirar para a imensidade a boa nova dum pombo correio, que levava o amável segredo da vitória…

Bilhete curto, de caligrafia comovida e nervosa, ele aí vai pelos ares fora, sobre o coração da ave – pronto a tornar-se em foguetes e vivas

Ganhámos! Uma palavra apenas, a saber a lágrimas e a risos.

(…)

Belém desesperava. O desafio estava dado como perdido – e todos se olhavam com tristeza. E quando finalmente, com a sua fidelidade, generosa, o pombo surgiu, ninguém queria acreditar…

- Ganhámos! Ganhámos!

São assim os entusiastas do grupo da praia. Querem ao seu clube como se quer a uma pessoa de família. Amam-no e comovem-se com os seus triunfos. Choram e afligem-se com as suas derrotas.

Belém é assim um clube que vive das almas… (…)

Quando Belém acaba um jogo há sempre lágrimas. É o clube popular por excelência. O seu entusiasmo sincero e comovedor, cheio de ingenuidade talvez, é assim enorme como um gigante de alma primitiva”.

Urge recuperar este “espírito”, adaptado (é claro) á realidade dos nossos dias.

Face a isto, o que fazer para, como já escrevi, “Devolver o clube ao povo e o povo ao clube”? Vou desenvolver o que já em tempos avancei, e daí as múltiplas citações a que procerei:

a) “Adoptar uma política coerente e sistemática que permita transmitir uma imagem correcta, forte, respeitada e apelativa do clube, tanto directamente para as pessoas em geral, como para a comunicação social, e que permita torná-lo mais popular, atraindo novos adeptos. Cabe-lhe estudar a imagem que o clube deve projectar de si, e factores de diferenciação e identidade clubísticas que se tornem chamativos. Consideramos isto fundamental: um clube só capta e fideliza adeptos se tiver algo de estimulante que o caracterize e diferencie. Sem essa clara definição, dificilmente andaremos para a frente”. Isto foi sendo adiado durante décadas. Está na hora!

b) Recuperar uma mística à Belém, preservando a nossa identidade e o nosso orgulho mas falando de ambições presentes, e de sonhos e conquistas a realizar.

c) “Realizar campanhas de recuperação de antigos sócios, podendo incluir a redução drástica do quantitativo de quotas a pagar e, se possível, a manutenção do número de sócio. Devem idealmente ser feitas com um texto expressivo e ‘inspirador’ – tocante, arrebatador, apelativo - e quando o Belenenses estiver em “’alta”. Para a próxima época, está-se a construir um excelente plantel, o melhor desde 95/96 (e sem o despesismo de então). Dentro de pouco (duas semanas), seria o tempo ideal para encetar esta campanha, aproveitando a onda e falando de ambição.

d) “Incluir no jornal do Belenenses, em todos os números, um destacável com uma proposta de sócio que pode ser enviada para os competentes serviços do clube, tornando muito simples a adesão. A proposta deve ser o mais simples possível, só com os elementos identificativos absolutamente indispensáveis. Nos cafés das zonas onde o Belenenses tem mais implantação – Belém, Ajuda, Algés ... - deveria haver exemplares do jornal do clube, oferecidos”.

e) Incluir, no jornal do Belenenses, textos, adaptados a cada jogo, apelando a uma presença em massa. Requer-se não umas frases vulgares mas, sim, imaginação e capacidade de tocar, empolgar a até comover através da escrita.

f) Dirigir missivas pungentes aos sócios e ex-sócios, inculcando a ideia de que é um dever estar presente e apoiar, e que é uma vergonha não estar presente e não apoiar

g) Definir e manter uma “política de preços coerente e consentânea com o poder de compra dos portugueses e tendo sempre presente o princípio de que é melhor obter a mesma receita com mais espectadores e bilhetes mais baratos do que o contrário. Diferenciar os preços das bancadas superior e inferior do lado Nascente (antigas Central e Lateral), e tentar que os sectores mais perto do relvado estejam mais compostos (transmitem mais calor; e aparecem em fotografias de jornais e imagens de TV. Público atrai público, desertificação atrai desertificação...)”. Um começo foi feito no jogo com o Vitória de Setúbal... E acho que é de manter, o que se então fez, isto é:

h) Organizar excursões de filiais e núcleos de Belenenses para assistir aos jogos;

i) Publicar alguns anúncios na Comunicação social e recorrer a uma campanha de cartazes em espaços públicos apelando à presença nos jogos do Restelo;

j) Fazer, copiar e colocar “cartazes, prospectos e apelos à comparência na grande Lisboa, sobretudo nas ruas e estabelecimentos de Belém, da Ajuda, de Alcântara, de Algés, de Carnaxide e de Linda-a-Velha, de Miraflores e de Paço d’Arcos, da Trafaria e da Costa da Caparica, aí onde pulsam mais corações belenenses”. Os membros das claques (mas não só) poderão colaborar nisto com entusiasmo.

k) Oferecer aos espectadores adereços que dêem alegria e colorido ao espectáculo: bandeiras, cachecóis. É preciso encher o Restelo de sons e cores, de entusiasmo e alegria. Instruir speaker para criar um ambiente coerente com as tradições do Belenenses (o grito é “Belém! Belém! Belém!” e não “Beléeeeeeem”) e para não repetir frases como “Trapattoni vai mexer na equipa” ou outras ainda piores.

l) “Acabar com a necessidade de adquirir bilhetes de quota suplementar, aumentando, em contrapartida, as quotas em cerca de 5%” ou, em alternativa, criar bilhetes de época com uma promoção muito bem feita,

m) “Oferecer 2 ou 3 convites por época para jogos de futebol (excepto contra Benfica e Sporting) a praticantes de todas as modalidades do clube”. Dar materialmente um convite, incentiva mais a ir, pela coisa formal que é ter um convite, do que apenas dizer “podem assistir livremente”.

n) Entre os praticantes, nomeadamente os utentes das piscinas, através de questionário discreto antes de cada inscrição anual, procurar saber quem é mesmo adepto do Belenenses e, a esses, oferecer convites para os jogos com o Benfica e o Sporting (pode-se também ofereceê-los, nesses jogos, a quem, não sendo adepto do Belenenses, também não seja adepto do outro clube com quem vamos jogar).

o) “Oferecer, a quem comprove a assistência a 80% dos jogos de cada Campeonato, em alternativa, a gravação em vídeo de 2 jogos ou um semestre de quotas pagas a novo sócio que se proponha (e que não tenha deixado de ser sócio nos 5 anos precedentes), assim premiando positivamente quem assiste aos jogos, incentivando a equipa com a sua presença”.

p) Oferecer convites a Escolas (notemos que é com isto que se preenchem milhares de lugares no estádio do Benfica...). Isso foi feito limitadamente no jogo com o Vitória de setúbal; urge fazer muito mais.

q) Dinamizar e apoiar activamente as claques, exigindo em troca um comportamento sempre digno.

Com todas estas medidas – e porventura outras que não nos ocorram – decerto que as assistências aumentarão muitíssimo no nosso estádio!

Fábio Januário é dos nossos

Luciano Rodrigues

Neste dia louco para os adeptos azuis, o último nome confirmado foi precisamente aquele que há mais tempo era apontado pela imprensa: Fábio Januário. Sobre este jogador já muito foi debatido nos blogs, tendo-se generalizado a ideia que é um tecnicista a quem falta um "clique" para se tornar um bom jogador. No entanto, generalizou-se também a ideia que será um bom suplente, o que dados os nomes já apontados como jogadores do Belenenses para a próxima temporada, será o que irá provavelmente suceder. Mais uma vez realçe para a ideia importante que um plantel não é composto por 11 jogadores. Esta SAD está a fazer um trabalho fantástico e, sinceramente, não me lembro de nunhum clube português preparar uma época tão atempadamente. Aos responsáveis, o meu sincero obrigado. Este ano não vamos esperar pelo contentor de brasileiros. At last...


Fonte: Site Oficial de Fábio Januário

Blog de Fábio Januário


terça-feira, junho 07, 2005

Estou que não posso!

Luciano Rodrigues

Ahamada é nosso! Não sei bem como conseguimos garantir este jogador, tal como já não tinha percebido muito bem o seu empréstimo em Janeiro último ao Beira-Mar por parte do Nantes, ainda por cima sendo um jogador utilizado com regularidade na equipa francesa na primeira metade da temporada. De qualquer forma, é um jogador que deu boas provas na equipa Aveirense e que tem um currículo recheadíssimo, sendo considerado um dos melhores jogadores franceses da sua geração. Cada vez mais se prova que há uma nova forma de trabalhar na SAD, preparando-se o presente e perspectivando-se o futuro!

NINGUÉM PÁRA O BELÉM, NINGUÉM PÁRA O BELÉM, NINGUÉM PÁRA O BELÉM, OU-EH-OU!!!

(substituir pela parte que so aparece na segunda pagina)

Vamos a eles Zé!

Luciano Rodrigues

Foi com uma incrível satisfação que recebi a notícia, via Site Oficial, que o Belenenses contratou o camaronês Albert Meyong Zé, um jogador pelo qual tenho tido ao longo dos últimos 5/6 anos uma vontade enorme de o ver com a nossa camisola. Já o ano passado eu tinha insistido bastante no seu nome, em detrimento de Jorginho, uma vez que me parece o jogador com maior capacidade do Setúbal. Meyong tem sido claramente desvalorizado ao longo dos anos, sem que eu consiga perceber porquê.


Meyong e colegas na final dos Jogos Olímpicos de Sydney, que ganharam com um futebol arrebatador


continua...


Meyong é um jogador com um título a nível internacional e integra uma das melhores selecções africanas e que, por exemplo no último mundial, só não foi mais longe porque um árbitro decidiu optar entre a passagem da Alemanha ou dos Camarões. Em ano de Mundial, e apesar dos Camarões terem a vida complicada para lá chegar, este investimento poderá mesmo revelar-se um óptimo investimento.

A vitória nos Jogos Olímpicos foi merecida, pois foram a melhor equipa do torneio, com um futebol que aliou com consistência a força e a técnica. Curiosamente, é o 2º campeão olímpico que passa pelo Belenenses nos últimos anos, sucedendo assim a Jesus Seba, que venceu o torneio em 1992, numa altura em que era uma das maiores esperanças do futebol espanhol.

Sendo que ontem era dado como certo no Málaga, surge hoje a confirmação como jogador do Belenenses. Parabéns à SAD e à Direcção pelo excelente trabalho que têm vindo a desenvover, e cá estamos à espera de mais prendas no sapatinho.


Meyong e a medalha de ouro de que tanto se orgulha

segunda-feira, junho 06, 2005

JVP no Belém?

Luciano Rodrigues

O referido interesse em João Vieira Pinto por parte do Belenenses, referido hoje na imprensa, foi acolhido por mim de forma positiva, apesar dos handicaps relacionados com uma contratação deste tipo. João Pinto não é um jogador barato e encontra-se numa curva descendente de uma boa carreira, que não foi brilhante muito por culpa de factores externos e pouco por sua própria culpa. Este jogador é ainda, nos dias de hoje, uma referência a nível internacional do futebol português dos anos 90, cuja fama só foi ultrapassada por Vítor Baía, Fernando Couto, Rui Costa e Luís Figo em termos de reconhecimento internacional. A sua fragilidade física é compensada por boa técnica, visão de jogo fantástica e um óptimo jogo de cabeça, a que alia ainda um bom remate de meia distância. Hoje em dia, já não é o desequilibrador que foi em tempos não muito distantes. Mas ainda tem futebol para dar. E mais que isso, poderia envolver a equipa do Belenenses numa “aura” diferente.

João Pinto foi durante quase toda a década de 90 uma bandeira do Benfica, um Benfica em crise profunda. Se durante os primeiros anos dessa crise João Pinto foi a luz ao fundo do túnel, nos seus últimos anos de águia ao peito deixou-se levar pela mediocridade que o envolvia e de solução acabou por se tornar um “problema”. Deu-se então a sua saída para o Sporting, onde brilhou e mostrou que afinal o problema estava no Benfica, e não no João Pinto. A idade e salário começaram a não perdoar, e mudou-se na temporada passada para o Bessa, onde não propriamente feliz em termos desportivos, mas onde ainda conseguiu ser útil à equipa, quer no campo desportivo, quer em termos de projecção do clube, pelo impacto do seu nome.

É essencialmente neste último aspecto que a contratação de João Pinto seria bem vista da minha parte. Estando à espera de um filho brevemente, com a mulher estabelecida em Lisboa (e que neste momento e no futuro se afigura muito mais como a suporte financeiro familiar), João Pinto deverá estar interessado em voltar à capital. E neste momento, as suas exigências em termos financeiros já não serão muito elevadas (é um jogador desvalorizado, especialmente no mercado nacional), prevendo-se que a estabilidade familiar seja muito mais importante. Assim sendo, parece-me séria a possibilidade de João Pinto vestir, na próxima época, de azul.

Com a contratação de João Pinto, o Belenenses conseguiria virar muitos holofotes para si. O casal João Pinto/Marisa Cruz é neste momento um dos casais da moda em Portugal e o impacto que esta contratação teria poderia ser muito bem aproveitada pela área comercial e de marketing azul.

No futebol negócio dos dias de hoje, várias componentes têm de ser consideradas. E acima de tudo, este impacto seria importante como forma de estabelecer a real existência de ambição para a próxima época. Não é à toa que, no dia em que se fala da sua contratação, o jornal Record refere, ainda que por alto, que no Restelo se sonha com o título. Pese embora o “irrealismo”, ai não que não sonhamos!

domingo, junho 05, 2005

Zé António, Gaspar e Januário?

Luciano Rodrigues
Vivendo ainda um período marcado pela perca de um Belenense inestimável, é com dificuldade que se buscam novos temas. No entanto, a vida tem de continuar e ninguém mais que o nosso Zé António quererá ver o Belenenses com uma grande equipa e a lutar pelos lugares cimeiros na próxima época. Nesse sentido, vêm hoje na imprensa novamente 3 nomes que poderiam ter, na minha opinião, algum interesse para o Belenenses.

Os 2 centrais de quem se fala são ambos bons valores, em "estilos" diferentes, enquanto Fábio Januário seria, a meu ver, um bom back-up para o meio campo ofensivo.


continua...

José António é um central que está neste momento a chegar ao seu pico em termos desportivos e tem vindo a fazer época interessantes em Coimbra, aliando a uma boa compleição física, uma leitura de jogo própria de quem começou a carreira mais à frente (no Torreense era médio de ataque, posteriormente foi trinco até chegar a central) e que lhe permite saber saír a jogar. O jogo de cabeça é um ponto em que não me parece tão forte, mas para isso está lá Pelé.

Quanto a Gaspar, pouco tem a ver com Zé António: é um central duríssimo, como há muito não se vê pelo Restelo, impiedoso nas marcações individuais, com um bom jogo aéreo que também lhe permite ser perigoso no ataque. No entanto, tem já 30 anos. Entre Zé António e Gaspar, não tenho dúvidas em preferir o primeiro. O que não invalida que o segundo não fosse uma boa escolha.

Relativamente a Fábio Januário, tem umas potencialidades enormes, mas que ano após ano não se vão desenvolvendo. Quando chegou ao Gil Vicente pensei, seriamente, que ia saír dali jogador. Mas pelo que tenho visto, continua fisicamente muito frágil, revela dificuldade em imprimir ritmo ao jogo e especialmente em fazer circular a bola. Ganhando físico e aprendendo a utilizá-lo, a sua capacidade técnica poderia fazê-lo explodir. Mas tenho sérias dúvidas. Na minha opinião, seria um jogador interessante para ter no banco e lançar com o decorrer do jogo, de forma a que a sua inferiordade em termos físicos não se notasse tanto.

Ou seja, mais 3 nomes, dos quais Zé António é já um histórico (há já um ano que é falado) e que seriam interessantes. Mas, no fundo, estamos é todos à espera do Site Oficial...

sábado, junho 04, 2005

Funeral de José António

Luciano Rodrigues
Informamos que o corpo de José António se encontra desde o meio-dia na igreja de Carcavelos, de onde sairá amanhã, pelas 10 horas da manhã, para o cemitério de S. Domingos de Rana. Como símbolo azul que é e o nosso ultimo capitão a levantar o troféu de uma conquista, penso que é importante que todos nos associemos neste momento difícil e acompanhemos amanhã o nosso "capitão". Como seria bonita uma onda azul a despedir-se dele... aqui deixo uma mensagem do colega Sobrinho: "Vivemos quatro anos importantes das nossas carreiras. Orgulho-me muito por ter jogado com ele, mas ficará a mágoa de não termos alinhado juntos no Mundial de 86. Dos seus 47 anos de vida deu quase 30 ao Belenenses. Deveríamos oferecer-lhe algo, nem que seja só por um dia, como retribuição do seu amor ao clube".

Aproveitamos também para informar que o seu amigo Sobrinho se está a movimentar no sentido de organizar uma reedição dessa mítica final da Taça de Portugal. É uma bonita forma de recordarmos o "Capitão".


Rugby: Belenenses nas selecções

Rui Vasco

Não obstante o luto que tomou conta do nosso clube, por força do inesperado falecimento de José António, a actividade das nossas equipas e atletas continua. Trata-se aliás a melhor forma de homenagear aqueles que dedicaram grande parte da sua vida ao Belenenses...

Assim, no âmbito do Circuito Series Sevens da IRB, Londres Sevens (4 e 5/06/05) e Paris Sevens (10 e 11/06/05), o Belenenses estará representado por um importante conjunto de jogadores: Sebastião Cunha, Pedro Silva, Valter Jorge, Pedro Netto, David Mateus, João Mirra e Francisco Moreira (CF Belenenses). Completam a selecção nacional Salvador Palha e Pedro Cabral (CDUL); Diogo Coelho (AEIS Agronomia); Diogo Gama (SL Benfica) e Bernardo Aguiar (GD Direito).



Os jogos, que serão transmitidos durante o dia de hoje (através da Sporttv), serão os seguintes:

09:50h: África do Sul vs. PORTUGAL
12:30h: Argentima vs. PORTUGAL
15:44h: Quénia vs. PORTUGAL

Os países participantes no Londres Sevens são: Nova Zelândia, Escócia, Tunísia e Rússia (Poule A); Inglaterra, Samoa, França e Geórgia (Poule B); Fiji, Austrália, Canadá e Itália (Poule C); Argentina, África do Sul, Quénia e Portugal (Poule D).

Selecção de Rugby XV

Também hoje a nossa selecção de XV enfrenta a forte formação da Rússia, no Centralnyi Stadium (Krasnoyarsk), para o seu quarto jogo do Torneio Europeu das Nações FIRA/AER, que serve de apuramento para o Campeonato do Mundo 2007.

Esta equipa conta também com vários belenenses. A saber: Lourenço Andrade, Diogo Mateus, João Uva e Ruben Spachuk (CF Belenenses). Completam a selecção os seguintes atletas: Vasco Uva, Bernardo Mota, Frederico Sousa, José Pinto, António Aguilar, Pedro Carvalho, João Correia, Gonçalo Uva e Miguel Portela (GD Direito); Luis Pissarra, Duarte Cardoso Pinto e Filipe Saldanha (AEIS Agronomia); Gonçalo Malheiro 8Madrid 2012); Arnaud Ferreira (CR Brive); David Penalva (Poiters).

sexta-feira, junho 03, 2005

Destroçado

Luciano Rodrigues

Eu estive no Estádio do Jamor naquela final. Estava junto às escadas de acesso à Tribuna de Honra, por onde José António subiu para ir buscar a Taça. E, enquanto descia com o nosso último troféu, primeiro da minha vida, estiquei o braço e toquei-lhe. Fiquei eufórico. Diga-se que na altura poucos jogadores do Belenenses eu conhecia, e o José António era um deles. A partir desse dia, o José António tornou-se um ícone azul, pelo menos na perspectiva de um miúdo com 7 anos.

Nos últimos tempos tinha vindo a ter o privilégio de o conhecer, imaginam lá o orgulho que isso me dava. Cada vez que estendia a mão para o cumprimentar, não conseguia deixar de pensar no Zé a descer as escadas com a Taça na mão. Com ele, havia sempre um cumprimento, uma palavra, um sorriso, um piscar de olho. Nunca disse ao José António aquilo que ele significa para mim enquanto símbolo do Belenenses. E quis o destino que nunca lho possa vir a dizer.

O nosso Zé perdeu a vida, mas o nosso respeito e admiração perdurarão. Assim saiba o clube não olvidar este símbolo.

Um grande abraço Zé! Azul, como nós!



(substituir pela parte que so aparece na segunda pagina)

José António: Até sempre, campeão!


Até sempre, Campeão!