quinta-feira, junho 09, 2005

Rugby: o Belenenses e as selecções

Rui Vasco

Sebastião Cunha, jogador do Belenenses, tenta travar um jogador da poderosa selecção sul-africana, no 1º encontro dos Sevens de Londres.

O Rugby português escreveu, este fim-de-semana, mais uma bonita página da sua história, ao competir simultaneamente em duas frentes, com resultados no mínimo muito positivos, que nos devem fazer pensar acerca de passos futuros relativamente à promoção e reforço da capacidade competitiva da modalidade, em termos nacionais e do nosso clube.

Selecção de Sevens, em Londres

Uma jovem selecção de Sevens, capitaneada pelo jogador belenense Pedro Netto, disputou no passado fim de semana mais uma etapa do Circuito de Sevens da IRB. A prova, disputada na cidade de Londres, demonstrou mais uma vez que o rugby português se aproxima cada vez mais do nível de outros países com maiores tradições na modalidade, e que uma aposta bem planeada e melhor executada ao nível dos Sevens no nosso país pode dar frutos num futuro não muito longínquo.

O Belenenses contribuiu com a maior parte dos jogadores convocados, tendo-se feito representar por um conjunto mais ou menos permanente de 5 (entre 7) jogadores em todas as partidas disputadas ao longo do torneio... E sem querer retirar à nossa selecção o carácter nacional que ela tem, por vezes pensei que na realidade era o Belenenses que se batia no Estádio de Twickenham contra os melhores do mundo, tal era o número de jogadores azuis envolvidos nas partidas disputadas.

O torneio foi transmitido em directo (e mais tarde em diferido) na Sporttv. E quem o viu ficou perfeitamente elucidado acerca da importância do nosso clube no âmbito do rugby nacional. A formação, iniciada há muitos e bons anos no Restelo, conduziu a esta situação ímpar no clube: o Belenenses é o clube que mais atletas fornece às equipas nacionais, situação que muito nos prestigia (e que por vezes nos prejudica também...) e engrandece.

Pena é que, no plano nacional, os Sevens ainda se encontrem muito pouco praticados a um nível competitivo. As provas desta variante do rugby clássico (de XV) quase se limitam a convívios esporádicos, que em nada contribuem para uma maior e melhor preparação dos jogadores para um tipo de jogo que se reveste de características muitíssimo diferentes do modelo de 15.

Como nota final gostaria de salientar o facto de termos tido a honra de ver António Cunha, conhecido no meio do rugby por "Balula", como manager da equipa... Ele que é o mais internacional dos atletas do Belenenses de TODAS as modalidades e que actua na nossa equipa há qualquer coisa como 28 anos... Um verdadeiro campeão, que não só é uma peça chave da nossa equipa (e das selecções) como começa agora a transmitir a sua experiência aos mais novos em diferentes funções.

Balula lesionou-se num ombro dias antes da partida da equipa de Sevens para Hong Kong, há alguns meses atrás, o que o impediu de dar o seu contributo às equipas nacionais e ao Belém, na difícl fase final do Nacional da 1ª Divisão.

Selecção de XV, na Sibéria

A selecção de 15 venceu, precisamente no mesmo sábado em quese disputavam os sevens em Londres, a complicada formação russa por 16-18, isolando-se no comando do Torneio das VI Nações B, prova que coloca frente a frente as equipas n.º7 a 12 do Ranking europeu da modalidade.

Dos 15 que entraram em campo para enfrentar a Rússia, 4 eram do Belenenses, sendo que um 5º jogador Azul (o 2º linha Lourenço Andrade) entrou no encontro já durante o seu decurso, elevando o número de belenenses utilizados nesta partida. Os jogadores do Belém estiveram em destaque, e de entre eles é justo referir o avançado Christian Spachuck, que marcou o primeiro ensaio da equipa nacional!

Para a semana o XV português desloca-se a Bucareste, esperando-se que vença mais um difícil encontro. O objectivo é somar a 5ª vitória em 5 jogos!

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