sexta-feira, agosto 19, 2005

L.Rodrigues
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É hoje que começa a temporada, mais uma cheia de esperança entre as hostes azuis. Hoje, quando ainda todos são primeiros e todos são últimos com zero pontos, todos os sonhos são possíveis. O sonho Belenenses está no título, esperado há 60 anos. A realidade, contudo, leva-nos a uma aposta forte, para já, num lugar europeu. Para isso, temos este ano um plantel muito forte recheado de bons valores e de qualidade já comprovada. De facto, assegurámos jogadores como Silas, Meyong, Djurdjevic, Romeu, Gaspar, Vasco Faísca, Sandro Gaúcho ou Ahamada, aos quais se juntam Fábio Januário (poderá ser uma grande surpresa) e o desconhecido, mas bem referenciado na pré-época Ricardo Araújo. Um plantel com nomes sonantes, polivalentes e que, formando uma verdadeira equipa, pode levar o Belenenses muito longe.

Continua…

Do outro lado, vamos encontrar um Sporting que se mantém semelhante à temporada passada: ataque mortífero, meio campo “sonolento” e defesa francamente má. Se anular o ataque, nomeadamente Liedson e Douala se afigura tarefa complicada, porém ao alcance de jogadores como Pele ou Amaral (já Vasco Faísca, apanhando Douala…), tudo dependerá na minha opinião da forma como conseguiremos, ou não, anular o meio-campo do Sporting, já de si muito ofensivo porém pouco objectivo, mas que hoje será ainda mais ofensivo em virtude da colocação de Rochembach como trinco.

O Sporting, na minha opinião, é neste momento, tal como na temporada transacta, uma equipa banal. O futebol de excelência que Carlos Carvalhal referiu não é futebol mas sim uma mera “troca e re-troca” de bola a meio-campo sem qualquer objectividade, sendo que quem resolve são os únicos dois jogadores capazes de desequilibrar individualmente: Liedson e Douala. Em equipa - a equipa - não consegue desequilibrar colectivamente. E o meio campo, defensivamente, é muito permeável. No entanto, realce para o “miúdo” Nani, que é capaz de desequilibrar, mas que também se encontra ainda muito verde.

Relativamente à defesa, nas laterais falta velocidade e mesmo qualidade (especialmente se jogarem os “suplentes” Paíto ou Miguel Garcia). Por outro lado, no centro da defesa apresentam-se por norma dois jogadores com muito “nome”, mas cuja qualidade em determinadas situações muito deixa a desejar: Beto e Polga. Polga, duro de rins, é presa fácil para passes rasgados nas suas costas, enquanto Beto, possuidor de características que o poderiam tornar um dos melhores centrais do mundo, comete demasiados erros em quase todos os jogos, para além de patentear muita indisciplina. No entanto, realce para a não convocação de Polga (que ao que parece, se terá envolvido em acesa discussão no final do treino de ontem com o treinador), que será substituído por Semedo (um miúdo com valor mas que se estreia “a sério”) ou por Tonel (um central com muitas limitações).

Mas, o ponto mais frágil da equipa leonina está, na minha opinião, na baliza: Ricardo é um guarda-redes sobre brasas, muito nervoso mas que, ao mesmo tempo, tem uma confiança ilimitada nas suas capacidades não medindo o risco. Cada vez mais Ricardo arrisca a jogar com os pés, para não falar nas suas debilidades em cruzamentos e jogadas mais fáceis. Daí parecer-me uma boa aposta cruzamentos “mortos” colocados entre os centrais e o guarda-redes.

Em termos conjunturais, apanhamos o Sporting num momento que poderá funcionar quer a nosso favor, quer contra nós. A recente derrota em casa com a Udinese e a 2ª-mão da eliminatória a meio da semana, levarão o Sporting a dar o tudo-por-tudo desde o início. Aguentando esse ímpeto inicial, instalar-se-à algum nervosismo entre equipa e adeptos, até pela dificuldade que o Sporting tem manifestado em marcar golos. Por outro lado, e já desde a temporada passada, o Sporting mostra ser uma equipa psicologicamente instável e cujo treinador é a melhor imagem dessa instabilidade. Assim, há que explorar essa lacuna, hoje ainda mais saliente depois de mais um caso de indisciplina para com o treinador da parte de Polga no treino de ontem.

Por último, o plantel sportinguista mostra muitas limitações. Tonel ou Semedo são “remendos” para o eixo da defesa ; Miguel Garcia ou Paíto são laterais de fraca qualidade ; Luís Loureiro é um trinco mediano ; Sá Pinto nunca foi um jogador de topo e encontra-se claramente numa curva descendente que é atenuada pela sua abnegação ; Varela não me parece que se faça jogador ; Deivid e Pinilla ainda são incógnitas.

Hoje, no Alvalade XXI, todos seremos poucos para apoiar o nosso Belenenses ante um adversário que está ao nosso alcance. Aos jogadores azuis, tudo o que se pede é que deixem todo o suor em campo e que saiam de cabeça erguida. E, acima de tudo, que tudo façamos para ganhar a partida, para que os adeptos azuis não sintam a tristeza de ver o Belenenses 85 minutos dentro da sua área para tentar dar a volta à derrota nos últimos 5 minutos. Ah! E uma arbitragem justa…

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