terça-feira, julho 18, 2006

RUGBY: Perspectivas para 2006/2007

R.Vasco



Depois de uma época 2005/2006 brilhante em toda a linha, em que apenas faltou a conquista do título nacional senior (que nos escapou na final, durante um jogo que terá sido o pior da temporada...), o Belenenses prepara-se para proceder em 2006/2007 a uma profunda remodelação da sua equipa. É pelo menos esta a minha ideia relativamente ao que se impõe, e ao que o nosso Rugby precisa.

Se de facto se concretizar a renovação da equipa, os sócios e adeptos do clube terão de se preparar para uma época um pouco abaixo da anterior, mas durante a qual o clube se poderá apresentar surpreendentemente forte nos relvados portugueses. Alguns importantes jogadores poderão sair da equipa, dando lugar a outros mais jovens e menos experientes, ainda que extremamente talentosos e impregandos da verdadeira mística do Rugby azul.

A saída dos 3 argentinos que este ano alinharam de azul (Manuel Castagnet, Emiliano Castagnet e Nicolas Formigo) poderá abrir novas «vagas» para miúdos oriundos dos juniores. Acrescente-se o fim da carreira de António Cunha (o mais internacional atleta do Belenenses da actualidade) e a crescente falta de disponibilidade de outros jogadores que sentem uma crescente dificuldade em compatibilizar o seu estatuto 100% amador com vidas profissionais e familiares cada vez mais exigentes...

Rapazes como Diogo Miranda, Carlos Gaspar, Duarte Bravo, Salvador Cunha (para referir apenas alguns) poderão de facto merecer mais oportunidades para ganhar experiência e força nas competições seniores de XV. Alinhando ao lado de outros atletas um pouco mais velhos, mas com larga experiência e ainda muitos anos de actividade pela frente (como o Diogo Mateus, o Sebastião Cunha ou o Manuel Mata Pereira), os campeões juniores de 05/06 poderão vir a ganhar o seu espaço num conjunto que revelou alguma falta de estabilidade em determinados momentos da temporada (como aconteceu na fase final da época), reforçando por isso a capacidade de resposta contínua do Belenenses a todos os imprevistos e dificuldades.

Não será também de estranhar que os azuis recorram uma vez mais ao mercado argentino – o mercado de eleição do Belenenses – para reforçar a equipa em algumas posições, dependendo de eventuais abandonos ou falta de disponibilidade de alguns atletas. Na minha opinião, o Belenenses precisa de:

- um pilar/talonador, capaz de suprir eventuais lesões/castigos dos luso-argentinos;
- um jogador para a posição n.º8 (Manuel Castagnet foi uma boa opção, mas não deeverá regressar a Portugal);
- um formação (a opção Bruno Nifo não chega para «todas as encomendas» e Carlos Gaspar ainda é inexperiente para determinados jogos);
- um chutador de «alta-precisão».



Para ajudar à leitura, eis a legenda dos números da imagem:

1 e 3 - Pilares
2 - Talonador
4 e 5 - Segunda Linha
6 e 7 - Flanqueadores
n.º8 - «Posição n.º8»

Os jogadores de 1 a 8 compõem o chamado «Pack Avançado»

9 - Médio formação
10 - Médio Abertura (por vezes é o «chutador»)
11 e 14 - «3/4 Ponta»
12 e 13 - Par de «Centros»
15 - «Arrier» ou «Fullback» (habitual «chutador»)

O regresso (ou não) de João Uva à equipa poderá também obrigar ao reforço da 3ª Linha, ou a eventual manutenção de David Penalva (desconheço se a intenção é ou não manter em jogador internacional do pack azul). Seria ainda interessante assistir ao regresso de Vasco Gaspar à sua casa de sempre, depois de uma passagem de alguns meses pela equipa de Agronomia, onde realizou muitos jogos no XV inicial (no Belenenses não teve essa possibilidade durante muito tempo).

A questão do(s) técnico(s) – seniores e escalões de formação – também deverá merecer a melhor atenção por parte dos dirigentes do Belenenses, mas sobre ela não direi mais nada.

Do ponto de vista organizativo e directivo, a modalidade deverá conhecer grande estabilidade, com a continuidade dos actuis dirigentes, seccionistas e vice-presidente. Uma equipa que, em conjunto, tem realizado um trabalho notável de «reorganização» do Rugby e de «reaproximação» da modalidade ao clube (como um todo).

Resta desejar a maior sorte do mundo à nossa equipa, e esperar que os sócios e adeptos do clube estejam mais presentes na temporada que se avizinha. A modalidade e os nossos atletas merecem-no.

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