quinta-feira, outubro 16, 2008

Quarto de Hora à Belém X




Amigos Belenenses, neste momento assiste-se a um clima de esperança na equipa de futebol. Esperança essa, que ficou notada no jogo amigável, com uma assistência razoável de espectadores. Foi um jogo com público emotivo e saudoso, para com a equipa técnica e mais importante ainda registou-se uma vitória. Mas esta vitória é importante? Claro que é, pois não ganhávamos há algum tempo e além disso vem dar alguma moral a este grupo.

É preciso já neste fim-de-semana vencer o jogo da Taça, para criar um espírito de vitória e de confiança. Mas mais importante ainda é a missão de Jaime Pacheco. Não é o Mourinho, e não será porventura um Kovacs ou um Bob Paisley, é sim um treinador que compreende as dificuldades do Belenenses e que conhece muito bem o nosso campeonato. Jaime Pacheco sabe bem, que o Belém precisa de desfazer-se do futebol praticado por Mior e assim implementar um novo esquema táctico. Irá trabalhar o 4x3x3.

Neste esquema, a única dúvida que coloco é a colocação de Silas. Neste capítulo não sei se Silas encaixará bem. Num 4x4x2 losango, Silas assume-se como um patrão do meio-campo, um autêntico número dez, colocado no último vértice do meio-campo ofensivo. Num 4x3x3 a melhor colocação para Silas, a meu ver seria descaído para uma faixa, neste caso para o lado esquerdo do terreno, para aproveitar as suas deslocações da esquerda para o centro, e assim criar situações de ruptura. Mas existe um problema de seu nome Wender. Também joga a extremo esquerdo e colocado no lado contrário à sua posição, perde qualidades devido a não ter a velocidade de outrora para criar os desequilíbrios. Também existe a possibilidade de Mano ou Gomez jogarem na zona central com Zé Pedro, fechando esta mesma zona (o que diminuía a acção de Zé Pedro no jogo dada a posição recuada) e libertando Silas a número dez, mas quanto a mim parece-me uma solução muito ofensiva e com prejuízo para a zona central. Não vai ser tarefa fácil para o nosso treinador.

Nem para Pacheco, nem para os jogadores, que agora sim, começam os treinos a sério. Com caneleiras, com lucidez, com vivacidade e com espírito profissional, é o mote para os treinos do Belém. Diferente? Sim diferente, em combatividade, em aplicação, diferente em tudo. Até a motivação dos jogadores parece não ser a mesma.

No último amigável, fiquei por curiosidade até ao final da sessão. Enquanto as pessoas saíam do estádio, eu fiquei a observar Jaime Pacheco com os jogadores. Observei um treinador interventivo e a falar com a equipa técnica. Mas outra curiosidade foi a conversa que ele teve de largos minutos com Vinicius Pacheco. Será a aposta para os problemas na ala direita do ataque? Talvez, até porque quanto a mim, Vinicius tem sido muito mal aproveitado, joga em zonas muito recuadas e deve jogar sobre a sua posição de origem, extremo direito. E um 4x3x3, permite esse jogo pelas alas e permite a Vinicius explanar as suas qualidades.

Também ao longo da semana, percebemos que o nosso mister quererá um meio-campo a fazer pressão alta e com pouca bola. Um, dois, ou no máximo três toques, vão servir para o Belém mudar radicalmente o seu estilo de jogo e apresentar-se como uma equipa pragmática e não uma equipa que joga bem tecnicamente, mas que perde os jogos e mostra-se mal em termos tácticos (a exemplo a nossa selecção de sub 21).

O Belém está diferente com Jaime Pacheco ao nível do treino e da motivação. Resta saber em termos de resultados práticos, que é o que todos queremos. Queremos um grupo batalhador e ambicioso e ao mesmo tempo que tenha resultados, como é óbvio.

Virando a página do futebol, gostava aqui neste espaço de dar os parabéns à equipa de râguebi do Belém que continua em grande forma. Já despachamos o Benfica e o CDUP e agora só queremos revalidar o título. Vai ser uma longa caminhada, mas quem tem toda esta qualidade humana e individual, certamente que acabará por ganhar algo. Porque quando há qualidade aliada a uma boa estrutura, é meio caminho andado para alcançar feitos notáveis.

Faço ainda um apelo para fazermos um esforço e comparecermos ao andebol no Sábado para a Taça EHF. É um jogo importante e o Belém precisa de todos nós. Não nos souberam receber no jogo da primeira-mão, mas como em Portugal existe espírito democrático e valores, vamos recebê-los bem e ganhar, para mostrarmos o que é verdadeiramente o Belenenses.

A terminar esta semana, desejo uma vitória em Amares para a Taça e também espero que esta equipa nos dê algumas alegrias e quem sabe fazer uma boa campanha na Taça de Portugal (muito dependerá do sorteio também), porque eu não desejo o mal do clube e não gosto de criticar só por criticar o Belém, como o fizeram na passada semana uns senhores jornalistas, a quem um desses deveria ter mais respeito já que se diz azul sem riscas. Mas já estamos habituados a tantas atrocidades. Os que ficam são os verdadeiros adeptos, aqueles que estão sempre com a equipa, nos momentos bons e maus. Criticar é fácil, agora fazer algo de positivo e grandioso é mais difícil (refiro-me a Alexandre Pais e Luís Sobral, que de futebol percebem o mesmo que Santana Lopes percebe de governar o país).

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

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