quinta-feira, outubro 30, 2008

Quarto de Hora à Belém XII




Amigos Belenenses, na passada semana empatámos com o Guimarães, num jogo bem disputado entre duas equipas, que estiveram bem tacticamente. Faltou ao Belém uma melhor finalização para levar de vencida uma equipa forte e consolidada.

À hora que escrevo a minha rubrica já sei da vitória do Belém em Barcelos. Vitória essa que foi sofrida, mas justa. Fomos a melhor equipa e aquela que soube gerir melhor o ritmo de jogo. Nestes dois jogos observámos sempre um Belenenses bem trabalhado, quer nos seus princípios de jogo, quer em termos tácticos.

No jogo com o Gil Vicente, a equipa notava-se mais confiante e madura, sabendo exactamente o que fazer em campo. Mesmo sem bola o Belém esteve sempre coeso e organizado, princípios que Jaime Pacheco veio trazer à equipa.

Os primeiros vinte minutos não foram bons e a equipa sobretudo com Organista não conseguia fazer as chamadas “transições rápidas” para o ataque. Estava muito difícil até à entrada de Vinicius Pacheco. Na minha opinião esta substituição (diga-se muito sábia de Jaime Pacheco) mudou o rumo do jogo. Apesar de Vinicius não ter pegado logo de início no jogo, notou-se uma melhor adaptação do Belém à equipa do Gil Vicente, jogando mais rápido e pressionando o adversário em todos os sectores.

Numa primeira parte com as equipas a encaixarem uma na outra, a grande oportunidade pertenceu ao Belém, por intermédio de Wender. Poderia ter sido um golo importante, mas esse golo só surgiu logo no começo da segunda parte, numa boa jogada da nossa “arma secreta” para este jogo, Vinicius. É assim o futebol, na passada semana sofremos na pele a “azia” do autogolo de Zé Pedro, agora foi o Gil que sofreu com o autogolo de Diego Gaúcho. O jantar deve ter corrido mal a Fiúza com tamanha azia!

Voltando ao jogo, o Belém chegado ao golo geriu muito bem o ritmo de jogo, com Silas a pegar na “batuta” e a controlar bem as operações. Para mim Silas foi o melhor. Melhor porque defendeu, atacou e além disso teve inteligência para colocar o colectivo sempre em primeiro lugar. Os grandes estrategas são assim, pensam muito bem o jogo. E quem tem jogadores desta qualidade arrisca-se a fazer uma “gracinha” nesta Taça da Liga.

No rescaldo do jogo, destaco pela positiva as exibições de Silas claro, Vinicius, Zé Pedro (não sabe jogar mal), e a defesa que hoje mostrou-se muito segura. Carciano e Alex foram intransponíveis, ganhando todos os lances aéreos.

No lado negativo, a exibição de Organista (ainda sem ritmo) e algo desatento no jogo (falhou um passe que deu origem a uma jogada de perigo na área do Belém) e João Paulo que é muito lutador, mas não consegue acertar em termos tácticos, nunca está onde deve estar.

Jaime Pacheco tem neste momento três jogos e desses três ganhou dois e empatou outro. É um bom começo e será melhor se ganharmos ao Estrela. Não é fácil, mas também para o Estrela não será fácil também. Acho que poderá ser um bom jogo de futebol.

Noutro campo, mais para os lados da Tapada da Ajuda, assistiu-se a um jogo épico em râguebi. Grande exibição do Belém, que mesmo reduzido em termos numéricos conseguiu arrecadar a vitória. Parabéns pessoal! Somos a melhor equipa! Premeia o nosso estilo de jogo, que é muito técnico, e também a nossa juventude. Somos uma equipa organizada, com um grande treinador e grandes jogadores, que têm um só objectivo, serem Campeões!

Também esta semana tive oportunidade de ler as declarações do sr Joaquim Evangelista e tenho a dizer que esse sr mais valia estar calado! Porque não criticar o nosso dirigismo em Portugal? Então admite-se que um determinado clube obrigue um jogador a ir para um clube x? Isso é correcto? Também se criticam o Belenenses, porque não criticar o Porto, como muitos Belenenses o fizeram aqui neste espaço, no tal caso Adriano? O jogador não treina à parte do restante grupo? Ou será que o senhor Evangelista recebeu do Porto uma breve explicação a dizer que ele estava num hotel de cinco estrelas a ser bem tratado? Se criticasse quem deveria criticar, talvez as pessoas o levassem a sério. Onde estava o sindicato quando o Boavista e o Estrela andam anos e anos em concorrência desleal, pois não pagam aos seus jogadores? Falo no sindicato, devido a estas situações violarem, digamos o código de conduta do sindicato (pois tem que proteger os jogadores) e a Liga também deveria estar mais atenta. Mas atenção o problema vem de cima. Está no topo da hierarquia, em que os interesses pessoais sobrepõem-se sob o nosso futebol.

Os dirigentes falam para o reconhecimento da opinião pública, muitos querem ser candidatos a x cargos, outros querem só tempo de antena. Todos referem as suas ideias, criticam e as propostas de soluções onde estam? Na gaveta ou será que existe falta de ideias e competência nos órgãos que gerem o futebol?

Por isso afirmo, o futebol português “morre pela boca dos nossos dirigentes”.

E quando os dirigentes ainda no ano passado voltaram a “meter água”, dizendo que grande parte dos clubes deviam todos, e claro o Belém desmentiu como é óbvio, acho que já será perseguição.

Um conselho ao sr Evangelista e aos dirigentes em geral, pensem no que estão a fazer ao nosso futebol, pensem nos estádios vazios e pensem sobretudo bem e com sentido, falem das coisas que sabem. E se não souberem nada de nada, então que estejam calados e sossegados e dêem lugar a outros que tem competência para o exercício dessas funções! É por isso que o nosso futebol anda assim, caído em descrédito, com pseudo intelectuais do nosso país. Uma pergunta porque é que em Portugal todos nós sabemos os nomes de todos os presidentes dos clubes? Não será por eles terem protagonismo a mais?

A finalizar, penso que a falta de coerência do nosso dirigismo se deve à nossa educação, aos nossos valores. É preciso mais ideias para revolucionar e adaptar o nosso futebol de acordo com a realidade. Quando falo neste tema, também é um recado para dentro do Belém, pois há que dar lugar a esta juventude com novas ideias e pronta a actuar com seriedade e competência. Houve falta de capacidade de dirigismo no Belém em tempos, muito por culpa das dívidas anteriores e dos gastos com algumas modalidades. O Basquetebol acabou, medida que concordo. Penso que é importante estabelecer contactos com possíveis patrocinadores (o que se está a fazer) para “abrir” o Belenenses ao mercado e tornar-se uma marca viável para as empresas. Existe o “dizer” e existe o “fazer”. Penso que no Belém a parte do “dizer” vem de há muitos anos, a parte do “fazer” está a ser cimentada ou melhor corrigida agora. Está-se a criar condições para uma melhor sustentabilidade do nosso clube. Ainda vamos a tempo.

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

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