domingo, outubro 26, 2008

Treinador de Bancada: A Era Pacheco!


Este fim-de-semana, em arrumações em casa, encontrei aqueles cadernos especiais relativos ao início da época 2007/2008. Acho um exercício interessante consultar estes cadernos e ver os personagens que pelos relvados portugueses espalharam magia … ou não! Isto tudo para dizer que esta revista, que tem pouco mais de um ano é já histórica no caso do Belenenses – senão veja-se: Costinha, Marco Gonçalves; Amaral, Rodrigo Alvim, Areias, Gonçalo Brandão, Rolando, Devic … ainda estamos na defesa e acho que já não é preciso continuar.

Neste blog defendi, e mantenho, que não é em escassos meses que se pode ver um trabalho de um treinador. Mior não estava a ter resultados mas também não teve tempo, e a esmagadora maioria dos sócios que tinham recebido mal o “contentor” de jogadores brasileiros que tinha chegado no Verão não deu margem para erro. Com as instabilidades directivas percebeu-se que a margem de erro não era grande. Com a equipa a jogar mal e sem resultados rapidamente “saltou” e agora inicia-se nova Era. Ontem gostei de sentir que nas bancadas as 4 mil pessoas nas bancadas estavam com Jaime Pacheco – sempre é um início!

Em primeiro lugar desejo que a Era Pacheco seja longa e de sucesso! A estabilidade é um valor muito importante, apesar de pouco valorizado neste início de séc.XXI – quer no futebol quer na vida quotidiana. Já chega a instabilidade das equipas que, no futebol actual e com o excessivo peso dos empresários, de ano para ano mudam 50% do plantel! Mesmo Jesus - futuro treinador do FC Porto (digo eu!) - que imodestamente diz ser tacticamente o melhor treinador da Liga, “perdia” a primeira volta a construir a equipa para na 2.ª Volta amealhar muitos mais pontos.

Nesta nova Era a mudança não está só nas ainda caras novas dos jogadores. Contra o Vitória de Guimarães o Belenenses de Pacheco apresentou novo esquema táctico. Há anos que o Belenenses joga em 4-4-2 mas o novo treinador parece privilegiar o 4-3-3. Este sistema, à partida mais ofensivo, tem vantagens e inconvenientes mas atendendo aos jogadores que ontem jogaram há duas notas que gostaria de deixar.

Em primeiro lugar de nada serve ser mais acutilante no ataque se depois não há homem golo à altura – e nem João Paulo Oliveira, nem Porta, nem Roncatto parecem estar neste momento à altura de outros que ainda há bem pouco tempo estavam nas tais cadernetas – Weldon, Meyong, Garcés ou mesmo o surpreendente Dady. Esperemos que com o tempo se vão fazendo mais jogadores!

A segunda nota que queria deixar e mais gravosa que a primeira é a forma como o meio-campo fecha. Ontem a perdermos por um zero a meia-hora do fim Jaime Pacheco tirou Sérgio Organista e lançou Porta, recuando Silas. Os três do meio-campo passaram a ser Silas, José Pedro e Gavilán. Ora os dois primeiros são bons jogadores do meio-campo para a frente e esforçados, mas a fecharem jogo e a recuperarem bolas não se pode esperar muito. Gavilán desarma bem mas na construção continua a achar que está a jogar futebol no continente americano - dá muitas vezes um toque a mais, perdendo bolas que os outros dois colegas de sector não têm dificuldades em recuperar. Dessa situação sofremos o golo contra o Leixões e podíamos ter sofrido nesta jornada pelo menos outros dois, ainda antes do penálti que nos deu o empate.
Por outras palavras neste sistema táctico preocupa-me o não marcarmos, e depois termos uma via-rápida a partir do meio-campo em direcção à nossa baliza. Eu sei que o Mano não estava lá e o Sérgio Organista está sem ritmo de jogo mas para mim, que gosto de jogar no meio-campo e de ver equipas com bola no pé, esta situação assusta-me, mas certamente que Jaime Pacheco saberá contrariar esta situação.

Uma última nota ainda para o importante jogo desta 4.ªF em Barcelos para a Taça da Liga que o Belenenses terá forçosamente que ganhar para continuar em prova. Será difícil pois não só o Gil Vicente joga em casa, como está bem posicionado na Liga Vitalis, lançado por ter eliminado uma equipa da primeira Liga na Taça de Portugal – o Rio Ave, já para não falar do facto de ser o primeiro confronto entre as duas equipas desde o caso Mateus. A Taça da Liga é importante para o Belenenses pois não só dá dinheiro, de que bem precisamos, como dá traquejo e rotina de jogo, ajudando a que um ainda conjunto de jogadores mais depressa se possa tornar uma equipa.

Saudações azuis!!!
Henrique Cruz dos Santos

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