quinta-feira, novembro 13, 2008

Quarto de Hora à Belém XIV




Amigos Belenenses, a Taça de Portugal foi apenas um sonho. Um sonho que todos os anos o tento alimentar. Ainda não foi desta que vi o Belém levantar esse troféu! Está muito difícil, até pela realidade do clube no presente.

Recentemente ouvi pessoas muito contentes com a exibição da equipa, outras que louvaram a recuperação da equipa ao empatar o jogo no período regulamentar. Tenho a dizer que não concordo. Não gostei da exibição, sobretudo na primeira parte. Iniciámos o jogo muito cautelosos, muito presos de movimentos e a equipa criou poucas situações de perigo na primeira parte. Verdade seja dita, que a Naval chegou ao golo muito injustamente, pois o futebol praticado era muito pouco, por parte destas duas equipas.

Na segunda parte, iniciámos o jogo logo a perder praticamente por dois golos de diferença, dado o golo madrugador da equipa navalista. A falta de rigor táctico da defesa não é desculpa, mas a falta de qualidade dos centrais podemos colocar em discussão. Carciano e Alex ainda não me convenceram. E o lance do golo de Marinho é elucidativo da falha dos centrais, muita passividade de facto.

O Belém reagiu positivamente, lutou e criou diversas situações de golo. Vinicius entrou bem e mudou o sentido do jogo, juntamente com a atitude da equipa. Chegámos ao empate e poderíamos ter chegado à vitória, naquele lance de Zé Pedro. Lutámos, mas não foi suficiente. O cansaço da equipa foi notório no prolongamento e daí, aquela estrondosa baixa de rendimento. Muito por culpa das despesas do jogo na segunda parte e da má preparação da equipa na pré-temporada.

Mas no geral acho que poderíamos e deveríamos ter feito muito melhor. Acho que um clube que tem pergaminhos nesta competição, onde podemos denotar as três Taças conquistadas pelo nosso Belém, tem que fazer necessariamente melhor. Não nos podemos contentar com a reacção da equipa, nem com os golos criados. Temos neste momento de exigir mais a este Belenenses. E não podemos ficar satisfeitos com uma derrota, perante uma equipa sem história no nosso futebol.

Esta derrota representa bem, as fragilidades deste plantel. Na defesa continuam as dificuldades e a equipa ainda está refém de Weldon. Não temos neste momento uma equipa consolidada e falta alguma qualidade acrescida a este plantel. Em Janeiro precisaremos de reforços que colmatam certas posições. Mas não queremos mais “barcos brasileiros”, nem falta de visionamento e prospecção na contratação de jogadores. Queremos competência e certeza na escolha dos reforços (se é que vão haver).

Nas notícias que tem vindo a público, existem umas muito engraçadas que teorizam acerca do emagrecimento do plantel. Parece um concurso de dietas mas não é. Estão a falar sobre o Belém. Às vezes a comunicação social parece a Maya nas cartas, tentam sempre adivinhar as coisas, nada sabendo delas. Mas voltando às notícias essas dizem-nos bem ou mal que o Belém ainda não definiu o futuro dos tais “dispensados à parte”.

Penso que esta situação não se pode arrastar mais, até porque o grupo poderá ressentir-se. Ninguém no mundo gosta de ser “posto de parte”. Até pelo espírito colectivo há que dizer sim ou não. Se querem dispensá-los então que os dispensem sem rodeios (o pior depois é o pagamento).

Se quiserem uma opinião sincera eu até irei mais longe. Além destes dispensados (que não acrescentam nada ao Belém) e dada as dificuldades do Belenenses, Costinha também seria um jogador a ser vendido (logo na reabertura do mercado) ou dispensado (poupava-se no ordenado do jogador). Como disse atrás, há que definir as coisas. Costinha se é para estar no banco a ganhar um dos ordenados mais elevados do clube, então não vale a pena, tenta-se fazer mercado com ele. Se é para ser opção também não comprendo, pois ele joga pouco.

Vender que seja o Costinha ou o Roncatto, não os jogadores basilares. Porque assim a crise de identidade seria muito pior.

Passando a outro assunto, acho lamentável a escolha de João Freitas para assessor da SAD. Acho incrível como se escolhe uma pessoa que não tem o mínimo rigor para estar no seio do Belém (já para não falar de outras coisas piores).

Poderão responder “Então o homem ainda agora começou a trabalhar” ou poderão afirmar ainda “Foi ele que contratou o Milhazes e o Carlos”. Claro que todos tem direito ao contraditório, mas este senhor participou ao longo dos anos numa grande encruzilhada no Boavista, sim aquele clube que agora está mal financeiramente. Quanto ao Milhazes e ao Carlos esses foram grandes jogadores de futebol, não hajam dúvidas!

Essa notícia das grandes contratações por ele feitas, não se deixem enganar, é mais uma dos jornais, isto é, quando se contrata alguém em Portugal, a comunicação social torna público um vasto currículo dessa pessoa, para determinados indivíduos constatarem que essa pessoa é de enorme valor e é credível. É típico e não muda nada! E o Belém, pelos vistos ainda não mudou. Continua-se a escolher as pessoas inapropriadas e na qualidade de sócio venho dizer que crítico esta escolha, não pelo passado boavisteiro, mas unicamente pela sua competência e forma de estar no futebol. Quantas vezes teremos de avisar para a correcta escolha das pessoas? Não são as pessoas competentes e com ideias que fazem inovar os clubes? Ou são as mesmas de sempre que não acrescentam nada? É preciso cairmos no fundo para percebermos isso?
Assim não vamos lá Belenenses!

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

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