quinta-feira, dezembro 11, 2008

Quarto de Hora à Belém XVIII




Amigos Belenenses, esta semana que passou foi um autêntico atentado ao futebol.

Cada vez mais o nosso futebol sai desprestigiante. Seja por culpa dos árbitros, seja por culpa das entidades que os gerem, como por exemplo a Comissão de Arbitragem.

O último jogo para o campeonato é elucidativo, erros atrás de erros e como muito bem já se afirmou, houve decisões escandalosas, que só demonstram que não há competência na arbitragem (se é que alguma vez houve!).

Exemplo disto é o amarelo a Zé Pedro, completamente ridículo. O resto, penso que a Comissão de Gestão já falou e muito bem. Já são erros a mais e sempre para o mesmo lado!

Esta semana a minha rubrica vai incidir sobre esta mesma questão, os meandros da arbitragem.

Não gosto de desculpar, através das arbitragens os resultados obtidos, nem gosto de analisar os árbitros, mas um clube que não ganhou um título de campeão nacional, devido a um erro de arbitragem, dá que pensar. E nos tempos que correm as coisas continuam como antes, incompetência para o mesmo lado.

Não quero com isto dizer que há uma perseguição generalizada, há sim diferentes critérios para uns e para outros. Parece que só existem três clubes em Portugal, o resto não conta. Ou não se apita!

Isto é um problema de organização de toda uma estrutura, que está há anos completamente “fora de jogo”. É gerida por incompetentes e realizada e objectivada em campo, por outros incompetentes! Como pode a arbitragem evoluir? Pois, é um problema. Costuma-se dizer que a máfia em Itália precisa de matar para se fazer ouvir, em Portugal a máfia só precisa de arranhar! Ora num país onde a corrupção impera, em quem havemos de acreditar e confiar? É uma questão difícil e para isso teremos que ter pessoas sérias, inteligentes (e isso há muito poucas no futebol!), sem interesses em cargos políticos nos órgãos que regem futebol.

O futebol caminha para a sua autodestruição. O Apito Dourado é só um exemplo, do extenso “polvo” que gere o futebol. Não pensem que é Hermínio Loureiro que gere o futebol, não pensem que é Vitor Pereira o único culpado. Os culpados também são os clubes, que votam nessas Assembleias a favor desses senhores e cedem assim a pressões.

Se o Estado intervém na vida económica para regular o mercado, então que intervenha, através do seu Secretário de Estado, na estrutura do futebol. Há coragem para isto neste momento? Claro que não. Dizia um ex presidente de um clube, apelidado por muita gente de louco, que os rostos do Sistema eram determinadas pessoas. O tempo encarregou-lhe de lhe dar razão.

Um, ainda está com um poder absoluto no seu clube e goza de grande prestígio em Portugal (se candidatasse à Câmara do Porto seria certamente vencedor), outro continua nos órgãos da liga, numa situação caricata. Passou por uma decisão de um juiz (na questão da sua suspensão de mandato, que acabou por ser reduzida). Isto só neste país!

Segundo este mesmo ex presidente a arbitragem era controlada e por assim dizer “moldada” ao gosto destes senhores do futebol. E querem que acreditemos ainda na arbitragem, quando existe o famigerado Apito Dourado? Não, enquanto não houver coragem para eliminar estes “compadrios”, estas “artimanhas”, o futebol em Portugal não terá credibilidade.

Um exemplo, porque razão está o senhor Rui Costa na primeira categoria? Será pelos brilhantes resultados, 15º , 16º e 18º na classificação? Ou será que é por ser irmão de Paulo Costa (também ele árbitro)? Pois, é por estas e por outras que certas questões são assim ultrapassadas, o facilitismo no nosso país é gritante.

É vergonhoso, uma profissão que se rege por ser imparcial no campo decisório, é ao que tudo indica uma profissão de queixosos, incompetentes, e corruptos. Sim, podemos dizer isso dos árbitros, pois muitos deles estão acusados de corrupção activa ou passiva na forma tentada e estão assim, às “mãos da justiça”.

Os dois rostos enquanto não saírem do futebol, caminharemos para a descredibilização do mesmo. E enquanto, não se implementar um Tribunal do Desporto e uma lei de bases concreta, isto é de acordo com a realidade, no combate à corrupção, o futebol não passará de fracos espectáculos dentro e fora dele, com meia dúzia de espectadores.

Como sócio do Belém e adepto de futebol, não compreendo esta situação , que se torna revoltante, pois tudo o que fazemos é insuficiente. O problema está na base, na escolha e critério destes juízes de campo, na nomeação dos mesmos, na acreditação ou não de prémios (uns até aceitam relógios de ouro!). Enfim, centra-se na competência de cada um e nos seus valores. Há os que se deixam corromper e os que cedem a pressões. Não há critério e não há pessoas, neste momento, competentes para dar a volta a um desporto “moribundo”.

Ao Belenenses e a outros clubes que todos sabemos que primam pela honestidade, agradecemos pela sua conduta séria.

Podem tirar-nos pontos, podem tirar-nos jogadores, mas não podem retirar a nossa conduta, a nossa seriedade e os nossos valores. A dignidade é fundamental!
A seriedade perde-se no nosso futebol pela luta constante de resultados e ambições.
Parabéns Belém pela tua conduta ao longo destes anos, séria!
E já agora parabéns ao futsal, grande jogo mais uma vez!

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

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