terça-feira, fevereiro 10, 2009

Simpósio do Belenenses - Breve resumo

Blog do Belenenses: Diogo M

Realizou-se no passado sábado, dia 7, um simpósio, que se espera seja o primeiro de muitos, organizado pela Comissão de Gestão do nosso clube, com o intuito de discutir o passado, o presente e o futuro do nosso clube. Tive o privilégio de ter sido um dos moderadores de um dos temas, o primeiro e, antes do mais, deixem-me que vos diga que penso que é com iniciativas deste género que se pode discutir verdadeiramente o clube e que é possível debater, com serenidade e bom-senso, os assuntos mais urgentes do seu dia-a-dia mas, sobretudo, o seu futuro. Trata-se de definir estratégias, ouvir sugestões, divergir nas opiniões, apontar erros encontrando soluções e, no fundo, decidir para onde se quer caminhar e como se percorre esse caminho. No fim, apenas ficou a decepção por termos sido tão poucos, cerca de 60, uma vez que os resultados foram óptimos mas poderiam ter sido excepcionais. É pena que alguns não tenham sabido sequer da iniciativa, outros não tenham tido vontade suficiente para ir e outros, ainda, tenham gasto os cartuchos todos no dia anterior. Este simpósio era de todos e para todos os Belenenses.

Tal como foi previamente anunciado, foram tratados 5 temas principais:

Projecto de Organização Desportiva – Prof. Fonseca e Costa
Património – Paulo Trindade
Futebol (que modelo de gestão) – Prof. Jorge Castelo
Modalidades – Frederico Almeida
Sócios e adeptos (ser belenense) – Luís Silva

Sem querer entrar em grandes pormenores, eu diria que as conclusões mais importantes que se retiraram da discussão (bastante salutar e serena, refira-se) foram as seguintes:

  • Falta claramente um projecto de gestão e organização desportiva no nosso clube, bem como a definição de um rumo geral e transversal a todas as áreas, de forma a obter a unidade entre sócios, adeptos, atletas e funcionários do clube. As linhas mestras desse projecto passam, consensualmente, pela aposta inequívoca na formação e pelo melhoramento das condições de trabalho dos nossos jovens, pela criação de um departamento de rendimento e de desenvolvimento dos jogadores jovens e dos novos talentos. Passa, igualmente, pela captação de novos adeptos através da prática de desporto em todo o complexo do Restelo e pela recuperação de antigos sócios e associados.
  • É vital preparar, já hoje, os nossos jovens jogadores para aquilo que poderão vir a ser amanhã. Isso passa, por exemplo e na opinião do prof. Jorge Castelo, por retirar o maior rendimento dos nossos melhores jovens, colocando os melhores infantis a jogar com os juvenis, os melhores juvenis a jogar com os juniores e os juniores a rodar em equipas de divisões secundárias. Somos um clube com limitações, não temos a capacidade financeira de outros clubes de Lisboa e, por isso, temos que gerir as camadas jovens da forma mais proveitosa e eficaz, em termos de rendimento e formação de mais-valias, possível.
  • É necessário fazer, urgentemente, um levantamento do número actual de sócios, do número actual de dirigentes, assessores e funcionários, dos vários departamentos do clube e do próprio número de atletas, que não foi feito, por forma a determinarmos a maior ou menor intensidade com que o projecto terá que ser implementado.
  • É necessário colocar em andamento, de uma forma sensata e no momento oportuno, sem precipitações, o projecto imobiliário do Restelo e neste momento parece que a Comissão de Gestão está a estudar, dentro daquilo que é a conjuntura actual da CML, a melhor forma de resolver esta questão, seja através re-aprovação, requalificação ou reestruturação daquele projecto.
  • Existe uma efectiva divisão no nosso clube no que respeita às modalidades ditas amadoras. Penso, no entanto, que é opinião maioritária a de que a realidade actual do clube apenas comporta a existência de modalidades, a nível sénior, no caso de as mesmas serem auto-suficientes ou de não se gastarem as exorbitâncias que até aqui se têm verificado.
  • Por fim, é vital encher o Restelo outra vez!
Alguns dirão que tudo isto são conclusões óbvias. Para alguns serão, de facto. Mas o difícil é chegarmos todos à conclusão de que apenas unidos poderemos atingir os referidos objectivos. E isso consegue-se com iniciativas deste género, sem forças de bloqueio e sem confrontos pessoais. Na minha opinião, a conclusão mais importante que retirei do simpósio foi a de que é possível falar, debater e sentir o nosso clube de uma forma ordeira, educada e sensata. E que, ao fim e ao cabo, as nossas preocupações são todas as mesmas, são globais, divergindo, apenas e por vezes, nos meios de atingir certos fins, de contornar as dificuldades financeiras, mas na certeza de que com diálogo, deste género, tudo se consegue. Como um dos ilustres participantes no simpósio disse: Apesar de todas as intempéries, o Belenenses é um clube com esperança, porque se não fosse hoje seguramente já não estávamos aqui.

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